O trabalho trata-se de relato de experiência de caráter descritivo sobre o olhar dos autores no atendimento a munícipes com escuta qualificada realizada pelo enfermeiro no cuidado clínico com pacientes em dúvidas no Planejamento familiar.
Tem como objetivo, trazer a importância da escuta qualificada entre os pacientes e os profissionais buscando compreensão com diálogo claro respeitando a singularidade do sujeito para desenvolver práticas de humanização no atendimento. Os profissionais atuantes, são enfermeiros bolsistas, supervisionados no programa de qualificação profissional da APS do Instituto de Ensino Pesquisa e Inovação(ICEPI), e atuam na Atenção Básica à Saúde (APS) dos municípios do Estado do Espírito Santo.
Descrição: A análise foi realizada a partir da identificação e observação de casos em que as pacientes apresentavam dúvidas quanto ao uso de anticoncepcionais. Mesmo com a prescrição da medicação anticoncepcional, estas mulheres apresentavam diversas situações com dificuldade em entender o planejamento familiar no quesito do uso do método, evidenciando sempre dúvida no uso correto. Identificado frequentemente buscas para atendimento na Unidade de Saúde da Família com a queixa de os anticoncepcionais que faziam uso, não funcionavam, portanto solicitando outros supostamente mais eficazes e com medo recorrente de engravidar. Havia relatos de gestações em uso de anticoncepcional, não eram planejadas.
Identificou-se a necessidade de atendimento mais detalhado, através de escuta qualificada para condução dos casos envolvendo a paciente na forma correta para garantir eficácia da medicação no organismo. Neste diálogo com as pacientes, identificou-se relato do uso do comprimido toda vez que tinham relação sexual, logo com a explicação da forma correta do uso, as pacientes aderiram ao método indicado com sucesso. Percebe-se que na singularidade do paciente, a escuta qualificada é estratégia que permite adquirir informações e resultarão em escolhas e resoluções efetivas.
Resultados: Desenvolvimento de ação em saúde, tendo o conceito de cuidado foco principal, promovendo espaços de encontros entre o profissional de saúde e o sujeito, sempre apoiados nos saberes estruturados, respeitando as individualidades. Deve-se tornar mais simétrica possível a relação entre o usuário e o profissional possibilitando ações terapêuticas mais compartilhadas, gerando também autonomia e responsabilização do usuário em relação ao seu modo de cuidar-se.
Considerações finais: Observa-se déficit de diálogo do prescritor com a paciente a ponto de satisfazer as dúvidas das mulheres que procuravam por várias vezes o serviço de saúde. Compreender o principal objeto de trabalho do profissional da saúde - o paciente - sujeito e autor da sua história de vida, é fundamental para atingir o objetivo proposto atento para as singularidades humanas na atenção à saúde, firmando o diálogo e acolhimento como possibilidades interativas considerando a necessidade do sujeito.