Apresentação: Atualmente, a territorialização ganha destaque no âmbito da saúde, indo além das suas dimensões espaciais. O território adquire um sentido polissêmico e torna-se crucial para compreender o processo de saúde-doença. Este estudo tem como objetivo desenvolver uma ferramenta que expresse a territorialização da Unidade Básica de Saúde Bongi, localizada no município de Recife, identificando suas características e demandas específicas. Desenvolvimento: Inicialmente, foi realizada uma coleta de dados sobre o território abrangido pela Unidade, por meio de visitas guiadas pelos Agentes Comunitários de Saúde. Buscou-se identificar as possíveis problemáticas e potencialidades do território, que poderiam afetar a saúde dos indivíduos. Com base nas informações coletadas, foi construído um mapa digital utilizando plataformas como Google Earth, Paint Tool SAI e Photoshop. As imagens de satélite do Google Earth foram usadas para criar um esboço do bairro Bongi no Paint Tool SAI, posteriormente refinado no Photoshop para demarcar microáreas de saúde, ruas, instituições e indicadores sociais. Além disso, foram criadas legendas para cada componente, usando cores, símbolos e códigos, facilitando a visualização e compreensão do mapa físico. Resultados: O projeto resultou na criação de um mapa físico e virtual que possibilitou a visualização completa do território, destacando áreas relevantes para o atendimento e acompanhamento dos pacientes. Foram enfatizados elementos que, mesmo indo além do conceito tradicional de saúde, influenciam na mesma. Disponibilizou-se também diferentes versões individuais, as quais podem ser adaptadas conforme necessidades futuras. Bem como, para a sua versão física, instruiu-se o uso de alfinetes e outros instrumentos a fim de demarcar urgências específicas em saúde. Os mapas visam informar tanto a equipe quanto a população sobre as ofertas e demandas do território, promovendo o seu completo entendimento. Visto que o conhecimento e a divulgação desses espaços, não apenas melhoram a qualidade de vida da população, mas também promovem uma maior integração dela com o território, estabelecendo um importante sentimento de pertencimento. Conclusão: A territorialização da Unidade Básica de Saúde Bongi evidenciou a relevância de uma abordagem holística e integrada, considerando aspectos sociais, econômicos, ambientais e de mobilidade. A aplicação dessa ferramenta contribuiu para a promoção de práticas de integração em saúde, sendo eficaz ao facilitar a geração, armazenamento, localização e análise de dados de saúde da população. Assim como, ela viabiliza futuras práticas de controle social no território, a partir da participação social da população em fiscalização, acompanhamento e atuação na administração pública de seus serviços. Por fim, este produto pode beneficiar outras Unidades Básicas de Saúde, inspirando-as a entender seus territórios para compreender melhor o processo de saúde e doença de seus usuários.
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