Apresentação: O enfermeiro atua no aconselhamento pré e pós-teste das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), com papel fundamental na adesão ao tratamento por parte dos indivíduos, dando ênfase a necessidade de aderir uma dieta adequada, mudar o estilo de vida e utilizar os medicamentos de maneira correta. Para esse apoio, é necessária uma formação adequada do profissional, assim como um preparo adequado para o aconselhamento, principalmente nos testes reagentes. Na assistência, as consultas para coleta de citopatológico constituem um espaço seguro e útil para a testagem, pois abrange um público com vida sexual ativa. O presente estudo visa relatar as experiências face à aplicabilidade dos testes rápidos em consultas de enfermagem à saúde da mulher.
Desenvolvimento: trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido por enfermeira, residentes multiprofissionais e acadêmicas de enfermagem, no cenário da Estratégia Saúde da Família (ESF), nos anos de 2023 e 2024, em que foram realizadas testagens para Sífilis, HIV, Hepatite B e hepatite C, diante das consultas de enfermagem à saúde da mulher, principalmente na coleta de exame preventivo do câncer de colo uterino, a fim de qualificar seu atendimento e aumentar o número de testagem para detecção de ISTs.
Resultados: Foi possível abordar os aspectos relacionados a informações e educação sexual durante as testagens. O aconselhamento no pré e pós-teste, de acordo com a literatura, foi composto por três fatores: apoio emocional, educativo e avaliação de riscos. No apoio emocional, as usuários foram colocadas no centro do cuidado, acolhendo e aproximando-as das profissionais. Para o apoio educativo, elucidou-se as formas de prevenção, transmissão e tratamento das ISTs. Por último, abordou-se as questões comportamentais, incentivando uma reflexão sobre suas atitudes com vistas a redução dos riscos. No período, identificou-se testes reagentes para sífilis e hepatite c, evidenciando que o profissional de saúde deve estar preparado para elucidar que outros testes serão realizados para confirmação do diagnóstico e que existe tratamento disponível pelo SUS para essas infecções (HIV, HBV, HCV e sífilis). Ainda, é necessário conhecer os encaminhamentos, para que a pessoa receba todos os cuidados e as orientações necessárias para a aceitação e adesão ao tratamento, quando for o caso. Além disso, outros fatores foram necessários para a condução das testagens, como as interferências na leitura e na interpretação dos resultados, por influência da gravidez para sífilis, das vacinas contra influenza, tétano, antirrábica, medicações, dentre outras para o teste de HIV e Hepatite C, e a vacina contra a Hepatite B pode resultar em um falso positivo em até 21 dias após a vacinação.
Considerações finais: a implementação das testagens para ISTs nas consultas à saúde da mulher, fortaleceu o diagnóstico e o manejo precoce, além de possibilitar a educação em saúde para prevenção das infecções. Mostrou-se um espaço seguro e de alta adesão por parte das mulheres.