Essa escrita visa analisar as lógicas de trabalho, a relação com o biopoder e o burnout. A partir das reflexões do livro Vida capital de Peter Pál Pelbart, esta parte do pressuposto do biopoder como o poder sobre a vida, dessa forma, segundo Peter absorvemos maneiras de viver, sentidos de vida, consumimos toneladas de subjetividades. Vemos instalar-se nas últimas décadas um novo modo de relação entre o capital e a subjetividade. Visto isso, todos estão implicados a produzirem até mesmo aqueles que não estão vinculados ao processo produtivo. Assim, quando trazemos essas questões para a realidade do trabalhador do século XXI, é possível visualizar a relação com a burnout, este é descrito como uma espécie de esgotamento, onde existe a promoção de um adoecimento mental que surge após o indivíduo passar por situações de trabalho desgastantes. Essa síndrome surge por excesso de trabalho vinculado à pressão. Ademais, essa condição teve um aumento significativo na sociedade capitalista, que pode ser descrita como uma megamáquina planetária onde são produzidas e vendidas formas de vida, que plugam sonhos das multidões. Essa relação se dá, pois, o próprio capitalismo produz a sensação de que para fazer parte do sistema é preciso estar em constante produção. Assim, agora a alma do trabalhador que é posta para trabalhar, não mais o corpo, que apenas lhes serve de suporte, sua própria vida passa a ser fonte de valor. Logo, cabe a reflexão, como a psicologia pode trabalhar em prol de promover a saúde mental e possíveis linhas de fuga desse sistema maquínico?