Introdução: Conforme os estudos da Fiocruz (2021) as fragilidades na formação técnica e nas ações de educação permanente, afloraram durante a Covid-19, devido as vulnerabilidades da gestão e da força de trabalho em lidar com os desafios de concomitantemente capacitar as equipes da UTI acerca do manuseio das tecnologias duras, garantir o prolongamento a vida dos enfermos e se preservar, mantendo-se no mercado e saudável. Objetivo: Analisar como o processo de trabalho foi afetado pelas fragilidades na formação profissional, ocasionando desgaste interpessoal e sofrimento psíquico no contexto da Covid-19. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso único (Hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira), com abordagem qualitativa, tendo sido utilizado métodos e técnicas para a análise dos conteúdos, possuindo como sujeitos os profissionais que integravam as UTI’s no período pandêmico. A coleta de dados ocorreu por meio da entrevista semiestruturada, baseada por um questionário aplicado individualmente, sendo gravadas e posteriormente transcritas e analisadas por meio da técnica de Análise de Conteúdo. Foram realizadas sete entrevistas, sendo a formação e satisfação profissional uma das narrativas categorizadas como núcleos de sentido. A pesquisa atende as diretrizes da Resolução 466/2012 do CNS, sendo com parecer de autorização consubstanciado n.º 5.819.191, 15 de dezembro de 2022, CAAE 65248722.0.0000.5292.Resultados:A análise dos discursos revelou limitada formação dos trabalhadores que desempenham suas atividades nas UTI’s para responder de forma satisfatória no manuseio de equipamentos, insumos, assim como nas situações que requerem atenção concentrada frente as situações de riscos, conflitos interpessoais e emocional, por exemplo. frente a morte, o morrer e a satisfação com o emprego. Todavia, tal desconhecimento, Amaral (2022) aduz ser causado por um desinteresse da gestão em garantir “suporte ético profissional”, em investir na educação permanente das equipes da UTI e promover uma cultura de cuidado em saúde mental que vise o aprimoramento e a qualidade de vida dos trabalhadores, perpetuando a alienação neoliberalista de viver um eterno concorrer consigo, como afirmam Antunes (2021) e Han (2018). Conclusão: A UTI enquanto local de cuidado intensivo ao alto risco, demostrou durante o período pandêmico ser carente de apoio gerencial ao oferecer suporte ético e educacional no trato com as tecnologias duras e leves salutares para o prolongamento da vida. Contudo, o aparente desleixo com o aprimoramento formativo e da saúde emocional da força de trabalho gera um descuido com todo os princípios fundamentais, por ocasionar o escalonamento das mortes, prejuízos no processo de trabalho, nas relações interpessoais e na dignidade dos trabalhadores, sendo facilmente percebidos como propulsores de sofrimento e insatisfação profissional. Deste modo, é notório e urgente que tal relação trabalho, educação e satisfação seja ressignificado por meio de propostas que promovam a educação permanente e de psicoeducação, visando a dignidade humana e o respeito aos princípios do SUS.