Recentemente, no dia 11 de abril de 2024, a profissão do musicoterapeuta foi regulamentada no Brasil. Entretanto, a profissão está presente no país desde a década de 1970. O início e fortalecimento da musicoterapia no Brasil foi possível graças ao empenho de homens e mulheres que contribuíram para que a profissão fosse aqui estabelecida. Há necessidade de valorizar a trajetória histórica da musicoterapia a partir das contribuições desses precursores e, nesse sentido, esse trabalho integra um projeto de iniciação científica que busca dar visibilidade a protagonistas importantes na história dessa profissão. Nesse recorte será destacado o protagonismo de Cecília Conde (1934-2018) como uma das figuras emblemáticas na história da musicoterapia brasileira. Foi realizado um levantamento de artigos e documentos oficiais disponibilizados no site da União Brasileira das Associações de Musicoterapia (UBAM) e outras fontes disponíveis na internet, destacando pontos relevantes da sua trajetória profissional e contribuições para a musicoterapia. Cecília Fernandez Conde, mais conhecida como Cecília Conde, nascida no Rio de Janeiro, começou sua carreira na área da música em 1953, quando se formou em canto e piano no Conservatório Brasileiro de Música (CBM), onde também atuou como educadora musical por 14 anos, além de ter sido diretora geral do CBM até 2014. Ao lado de Doris Hoyer de Carvalho e de Gabrielle Souza e Silva, em 1972, Cecília inaugurou o curso de especialização em musicoterapia no CBM, que, no ano de 1992, em virtude de suas ações, passou a ser ofertado também a nível de pós-graduação. Na década de 80, juntamente com Lia Rejane Barcellos, deu um importante passo para a atuação social da musicoterapia, quando fundou o Centro de Recepção e Triagem da Fundação Estadual de Educação do Menor (FEEM). Em 1999, trabalhou em favor da inserção da musicoterapia em Centros de Atenção Psicossocial, com Lia Rejane Barcellos e Paula Carvalho. Também por ações dela, no ano de 2001, foi ofertado um curso para a implementação de musicoterapeutas à equipe de servidores do município do Rio de Janeiro. Além desses feitos, promoveu diversas ações no país inteiro, fomentando e contribuindo para a criação das Associações de Musicoterapia em escalas regionais. Sua trajetória, desde o início, sempre foi interligada com a promoção e crescimento da musicoterapia, cuidando para que em todo tempo estivesse evoluindo juntamente com o ritmo da ampliação de conhecimentos e tecnologias do corpo social. A realização desse trabalho tem sido de suma importância para os estudantes envolvidos em seu processo de formação, para compreender e respeitar o campo de atuação do musicoterapeuta, e valorizar a história dos precursores dessa profissão, que tiveram seus esforços voltados para que a profissão conquistasse seu reconhecimento e agora, como uma profissão regulamentada no país.