O PERFIL MATERNO DA SÍFILIS CONGÊNITA EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PARANAENSE, 2021 E 2022.

  • Author
  • Juliana Christina Gaioski
  • Co-authors
  • MARCOS CLAUDIO SIGNORELLI , SILVIA EMIKO SHIMAKURA , Ingrid Margareth Voth Lowen
  • Abstract
  •  

    A sífilis, causada pelo Treponema pallidum, é uma doença sexualmente transmissível. Quando não tratada durante a gestação, resulta em considerável proporção de mortes fetais e neonatais precoces, tem alta probabilidade de transmissão vertical com consequências graves para o concepto como: sequelas motoras, cognitivas, neurológicas, visuais e auditivas.

    A sífilis congênita (SC) é uma infecção prevenível, e pode ser evitada através do tratamento adequado da gestante com sífilis. É fundamental o diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno para evitarmos a sua transmissão vertical.

    O objetivo do estudo foi conhecer o perfil das mulheres que tiveram sífilis na gestação e evoluíram para casos de sífilis congênita em Hospital Universitário da capital paranaense, no período de 2021 e 2022. Para isso, foi realizado um estudo transversal, por meio da análise descritiva de dados obtidos através dos prontuários eletrônicos de mães, com 18 anos ou mais, que tiveram diagnóstico de sífilis gestacional e evoluíram para casos de sífilis congênita, cujas crianças tiveram atendimento no Complexo Hospital de Clínicas (CHC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) no período de pesquisa.

    O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do CHC/UFPR/EBSERH segundo CAAE nº 69584323.1.0000.0096. Para isso, foram analisados 117 prontuários de bebês que nasceram no período, e que foram diagnosticados com SC, a fim de traçar o perfil das mães. A identificação das crianças com SC no período de interesse, ocorreu através do banco de dados dos casos de SC notificados no hospital. Os dados foram coletados entre agosto e outubro de 2023, por meio de um roteiro de coleta de dados, o qual foi construído pela pesquisadora principal, baseado nos dados de notificação de SC e Manuais de SC do Ministério da Saúde (MS), e continha dados sociodemográficos da mãe e dados de antecedentes de pré-natal, parto e pré-natal do parceiro. Após a coleta, os dados transcritos do roteiro, foram digitados e armazenados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel®, analisados através de estatística descritiva, e apresentados em tabelas utilizando %. Para as análises estatísticas foi utilizado o sistema R Core Team 2023 versão 4.3.1.

     O estudo evidenciou que a SC esteve ligada às mães de cor branca, solteiras, faixa etária predominante entre 20 a 30 anos, baixa escolaridade, atividade remunerada ausente, baixa renda familiar, uso de álcool e outras drogas, presença de vulnerabilidades sociais como viver em situação de rua e violência de gênero. Evidenciou-se que embora a maioria das gestantes tenham realizado o pré-natal, essas tiveram o diagnóstico da sífilis de forma tardia, podendo ter influenciado para o grande número de tratamentos inadequados da sífilis gestacional. Questiona-se assim, a qualidade do pré-natal, manejo clínico da infecção e a efetividade das medidas de prevenção da reinfecção da sífilis.

    As contribuições do estudo apontam para a necessidade de melhoria na qualidade do pré-natal, melhor manejo clínico da sífilis pela atenção básica, e maiores investimentos em ações de prevenção e educação em saúde abordando a temática sífilis com as gestantes.

     

  • Keywords
  • sífilis congênita, gestantes, sífilis
  • Subject Area
  • EIXO 5 – Saúde, Cultura e Arte
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