Apresentação:
A Educação Popular em Saúde (EPS) é um movimento que promove uma abordagem participativa e inclusiva na promoção da saúde. Ao integrar a política e a pedagogia, ela se baseia na ideia de que o conhecimento e o poder devem ser compartilhados de forma horizontal entre profissionais de saúde e comunidades, capacitando as pessoas a se tornarem agentes ativos na melhoria de sua própria saúde. Dessa maneira, este estudo buscou identificar na literatura a importância da EPS na formação médica.
Desenvolvimento:
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura de artigos publicados no período de 2017 a 2023, disponíveis na íntegra na Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e no Google Scholar. Para as buscas utilizou-se os seguintes descritores: “educação popular em saúde”; ‘’participação comunitária” e “estudantes de medicina’’. O critério de inclusão de artigos considerou a adequação do material ao objetivo proposto e aqueles com temática paralela foram excluídos.
Resultados:
A EPS surgiu como uma prática informal e comunitária, ganhando estrutura e reconhecimento com a formação da Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde em 1991. Os princípios de saber ouvir, aprender e estar com o outro são fundamentais para essa abordagem que visa problematizar a realidade e valorizar as experiências de todos os envolvidos. Dessa forma, o método inclui novos atores no campo da saúde, além de permitir que as equipes ampliem suas práticas ao dialogarem com o saber da comunidade.
A integração da EPS na formação médica é crucial para promover uma formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar em diferentes contextos de saúde. Ao envolver os estudantes em espaços de prática e reflexão que vão além do ambiente hospitalar, essa abordagem permite que eles compreendam melhor as complexidades da saúde e da doença em contextos sociais específicos. Isso não só amplia sua visão sobre o papel do médico na sociedade, mas também os incentiva a refletir sobre questões de justiça social, equidade e cidadania.
A formação médica exige um vasto entendimento do indivíduo e, principalmente, dos determinantes sociais envolvidos nas realidades de cada paciente, portanto, a EPS colocada em prática, seja por meio de projetos de extensão, sociais, entre outros, colabora de maneira significativa no desenvolvimento de habilidades essenciais para o exercício da medicina, diante de diferentes contextos e dos desafios da prática médica contemporânea.