Apresentação: A tendência mundial na administração clínica de agentes antimicrobianos através de Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA), direciona as instituições hospitalares na execução de terapias mais criteriosas em relação aos antimicrobianos. Assim, é de extrema importância avaliar a situação no Brasil na adaptação de estratégias às variações regionais e no estabelecimento de diretrizes e protocolos governamentais consistentes. Nesse contexto, é imprescindível realizar avaliações periódicas desses programas das instituições hospitalares brasileiras que apresentam Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para adultos. Desenvolvimento do trabalho: Este estudo foi uma investigação prospectiva, transversal, de abrangência nacional, apresentando dados preliminares de 1.171 (59,0%) de hospitais com UTI Adulto, representando todos os 27 estados do Brasil. Foram avaliadas as variáveis que dificultam e as que apoiam a implementação do PGA nessas instituições. Os dados foram obtidos durante o período compreendido entre outubro de 2022 e janeiro de 2023 por meio de questionário online disponibilizado no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resultados: Dos 1.171 hospitais, 594 (50,8%) afirmaram ter implementado PGA. Entre os fatores contribuintes mais comuns para o programa, 477 (80,2%) tiveram apoio da alta liderança do hospital, 442 (74,3%) tiveram acesso a protocolos clínicos baseados no perfil da instituição, 309 (51,9%) tiveram apoio e adesão dos médicos prescritores e 227 (38,1%) possuíam grupo multiprofissional oficialmente definido (equipe gestora) responsável pela implantação do PGA. O estudo inicial, realizado em 2019, avaliou ASPs em hospitais de unidades de terapia intensiva (UTI) para adultos. A pesquisa subsequente avaliou os PGA em todas as instituições de saúde que responderam à pesquisa após a divulgação das novas diretrizes. Comparou-se os resultados das pesquisas de 2019 e 2022/2023, detalhando dados de UTIs adultos e delineando o nível de implementação do PGA em cada pesquisa e observou-se um aumento no número de hospitais com PGA (453 para 594), porém a distribuição das porcentagens entre os níveis de implementação de básico/inadequado, intermediário e avançado permaneceram semelhantes, sendo a maioria (46%) caracterizado como nível avançado. Considerações finais: O PGA é uma estratégia viável para otimizar e racionalizar o uso de antimicrobianos nos países em desenvolvimento. No Brasil, esse plano está evoluindo e contribuindo para a implementação de ações direcionadas às UTIs lideradas pelo governo, afetando significativamente a sustentabilidade do controle da propagação da resistência microbiana.