Apresentação: A transição epidemiológica e o aumento das doenças crônicas não transmissíveis tornam necessária a compreensão de como se dá a mortalidade na população. Nesse aspecto, as mortes por neoplasias têm papel fundamental, sendo a segunda principal causa de morte no Brasil, responsável por 9,8 milho?es de o?bitos em 2020. Porém, a mortalidade por neoplasias não se dá de forma igual, principalmente num país de dimensões continentais. Especificamente na região Nordeste, vê-se um aumento da mortalidade de determinados tipos de câncer que estão em queda em outras regiões. Dessa forma, nota-se a importância do contexto social em que os indivíduos estão inseridos e a necessidade de informações descentralizadas para a tomada de decisões em saúde mais assertivas. O objetivo deste trabalho é descrever o perfil epidemiológico da mortalidade por neoplasias na Macrorregião de Saúde Oeste da Bahia. Desenvolvimento do trabalho: Foi realizado um estudo epidemiológico ecológico onde foram analisados todos os óbitos por neoplasias em indivíduos de 20 anos ou mais, no período de 2013 a 2022. A Macrorregião de Saúde Oeste da Bahia possui 36 municípios e sua sede se encontra na cidade de Barreiras. Os dados foram obtidos a partir das Declarações de Óbitos registradas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), sendo que o banco de dados foi acessado por meio do site do Datasus. O desfecho em análise correspondeu aos óbitos por neoplasias e as variáveis independentes foram o sexo, faixa etária, raça/cor, estado civil, escolaridade e local de ocorrência do óbito. Foram calculadas as taxas de mortalidade por neoplasias por ano e as frequências relativas e absolutas das características dos óbitos e dos tipos de neoplasias. Resultados: No período analisado, ocorreram 5.140 óbitos por neoplasias, correspondendo a 11,1% do total de óbitos na região. Encontrou-se uma tendência temporal de aumento das taxas de mortalidade por neoplasias para o período, com maior taxa no ano de 2021 (122,03 óbitos por 100.000 habitantes). Avaliando os diferentes tipos, as taxas foram maiores para as neoplasias de próstata, pulmão e mama. Os óbitos foram mais frequentes no sexo masculino, na faixa etária dos 60 a 79 anos, em pretos/pardos, em indivíduos casados ou em união estável e com escolaridade até a 4ª série, tendo ocorrido principalmente em estabelecimentos de saúde. Considerações finais: Os óbitos por neoplasias na Macrorregião Oeste de Saúde mantêm a tendência de crescimento, sendo necessário o trabalho em políticas públicas que minimizem a incidência de câncer e seus impactos na população, bem como o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica.