APRESENTAÇÃO: A depressão pós-parto (DPP) é uma enfermidade conhecida como episódio de depressão maior que pode ocorrer após as primeiras semanas após o parto. Nesse sentido, a DPP é entendida com uma série de sintomas que podem ser persistentes e graves, e podem permear o pós-parto, assim sendo, tem-se as principais alterações no humor, sono, apetite, diminuição da energia, irritabilidade, falta de concentração, crises de choro, fadiga e desinteresse em atividades cotidianas. Podem apresentar sintomas mais graves como pensamentos suicidas e sentimento de culpa, que podem iniciar nas primeiras semanas após o parto, e persistir a qualquer momento do primeiro ano de vida da criança. A experiência da DPP pode gerar na puérpera medo, angústia e dúvida em relação à própria capacidade de cuidar do bebê e incapacidade de expressar carinho pelo filho, além das transformações no estilo de vida, podendo acarretar em efeitos extremamente negativos à saúde da puérpera. Desse modo, pode-se dizer que, a relação da mãe com o seu bebê se inicia durante a gestação com os primeiros sinais que o bebê envia dentro do ventre materno e as respostas que ela infere sobre esse bebê, sendo os sons, conversas, demonstração de carinho e afeto por parte da mãe são os primeiros sinais dessa relação. No entanto, algumas mulheres desenvolvem um estado depressivo devido a uma série de fatores como alterações hormonais, expectativas relacionadas a uma nova fase da vida, crenças sociais relacionadas à maternidade, dificuldades no ambiente familiar e rede de apoio, gerando dificuldades para essa mãe principalmente na interação e aceitação do bebê. Assim, essa relação pode estar prejudicada pela falta de troca da mãe com seu filho. Dessa maneira, a puérpera que apresenta depressão pós-parto pode manifestar diversas atitudes que irão permear a relação com o seu filho, podendo apresentar rejeição, hostilidade, negligência, agressividade e maior ansiedade nos cuidados maternos bem como menor afetividade. Esses sintomas poderão afetar de forma negativa tanto na relação mãe-filho quanto no desenvolvimento infantil. Posto isso, puérperas com DPP podem influenciar de forma negativa no desenvolvimento de seus filhos, levando a baixa autoestima, quadros de depressão, desafios cognitivos e linguísticos. Além disso, a falta de cuidado adequado por parte da mãe com DPP pode resultar em aumento pela busca de atendimento hospitalar e atrasos nas vacinações da criança, pelos obstáculos impostos a mãe no cuidado ao seu filho. Nessa perspectiva, demonstra-se a importância de abordar o tema, pois os efeitos negativos que a depressão pós-parto (DPP) pode gerar são inúmeros, desse modo, o objetivo dessa pesquisa Identificar implicações da Depressão pós-parto na relação mãe-filho em menores de um ano no âmbito familiar e social. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de uma Revisão de Escopo, a qual tem como objetivos: examinar o desenvolvimento e natureza das produções com propósito de esclarecer conceitos que fundamentam uma dada área; é de suma importância para identificar a viabilidade ou relevância de realizar revisão sistemática e caracteriza-se como um exercício preliminar à revisão sistemática que verifica a pergunta de revisão; sistematizar e demonstrar achados que podem contribuir para as práticas, pesquisa e para políticas; além disso, é utilizada para identificar lacunas na literatura existente e compreender como a pesquisa é conduzida em um determinada área. Para realização da revisão de escopo foi elaborado um protocolo, o qual está em fase de cadastro na plataforma OSF. Para busca na literatura serão utilizadas as bases de dados, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico, Cinhal e Ebsco. A pesquisa será mediada pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e suas variações em inglês, português e espanhol: “Depressão Pós-Natal” [OR] “Depressão Puerperal” [OR] “Depressão Pós-Parto” [OR] “Depression, Postpartum” [OR] “Dépression du postpartum” [AND] “Relação Mãe-Filho” [OR] “Interação Mãe-Criança” [OR] “Interação Mãe-Filho” [OR] “Mother-Child Relations” [OR] “Relaciones Madre-Hijo” para a BVS e Google acadêmico, para as bases de dados Cinhal e Ebsco serão utilizados os MeSH (Medical Subject Headings): Depression, Postpartum OR Mother-Child Relations. Os estudos serão selecionados a partir dos critérios de inclusão: Artigos originais e de revisões, teses, dissertações, editoriais, capítulos de livros e anais de eventos, publicados sem delimitação de tempo; critérios de exclusão: Artigos que não se enquadram no escopo da pesquisa. Para os manuscritos selecionados irá ser elaborado uma tabela no Excel contendo os seguintes dados: título; ano de publicação; periódico; idioma; país de realização do estudo; objetivo do estudo; tipo de método empregado; síntese dos achados e nível de evidência. Para análise dos dados será utilizada a análise de Bardin que consiste em organizar a coleta em torno de três polos cronológicos: a pré-análise; a análise do material; o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. O método de Bardin foi proposto por Laurence Bardin, o qual, trata-se de um conjunto de etapas e procedimentos que guiam a Análise de Conteúdo, incluindo a utilização de diversas técnicas específicas para a análise dos dados. O objetivo dessa estratégia é realizar uma análise sistemática e objetiva do conteúdo de um conjunto de dados, buscando compreender o seu significado e identificar padrões ou tendências presentes nos dados. RESULTADOS: Com esse trabalho espera-se, compreender como a relação mãe-filho é afetada diante da depressão pós-parto, quais sintomas são apresentados pela mãe em relação aos sentimentos pelo filho, quais cuidados ao recém-nascido são banalizados e suas necessidades pós nascimento que não são supridas, além do mais, busca-se abranger como essa enfermidade pode afetar o emocional do bebê e futuros danos ao seu desenvolvimento.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do exposto, presume-se, que a depressão pós-parto gera efeito negativo na relação mãe-filho, pois são inúmeros sentimentos e sintomas que afetam essa relação pelo fato da mãe não estar prestando os devidos cuidados que o recém-nascido exige após o nascimento. Pode-se identificar maior insegurança nos cuidados maternos, relação de afeto em relação ao filho prejudicado na puérpera que se encontra com DPP, sentimentos de incapacidade de ter e demonstrar carinho ao recém-nascido e até mesmo rejeição ao mesmo. Frente a esses fatos, deve-se ampliar as pesquisas nessa temática, pois encontra-se muito estudos que retratam as consequências da DPP na relação social da mãe com familiares, efeitos no desenvolvimento infantil e implicações em diversas fases da criança, mas pouco estuda-se como a mãe se sente em relação ao filho e como isso afeta a relação da mãe com o filho.