Apresentação: No contexto de saúde das pessoas em situação de rua, existem singularidades que transcendem muito além do que a assistência oferta, uma vez que as diferenças socioculturais e as dificuldades de subsistência desse público se sobressaltam ao tradicional e burocrático sistema de saúde, cabendo aos profissionais da área se adequar a essa realidade, se desprendendo de preconceitos e estigmas sociais, para promover a saúde de forma eficaz e com equidade. Assim, tem-se como objetivo do estudo relatar as experiências assistenciais à saúde de pessoas em situação de rua por estudantes de medicina. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de vivências a partir do projeto de extensão "Projeto Acolher" composto por estudantes de Medicina do Centro Universitário UNIFACISA em parceria com a equipe do Consultório na Rua atuante em Campina Grande- PB. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa por meio do Parecer nº 5.860.585, e seus participantes consentiram e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. A partir disso, realizaram-se buscas ativas semanalmente por moradores de rua, iniciadas em abril de 2023 até março de 2024. Durante esse período, os estudantes percorreram feiras, praças e centros populares para execução de atividades de prevenção e promoção da saúde, como testes rápidos de Infecções Sexualmente Transmissíveis, atualização do calendário vacinal, aferições de pressão arterial e glicemia capilar e atividades de ensino em saúde. Resultados: O projeto permitiu aos acadêmicos conhecer melhor a realidade da população em situação de rua, suas peculiaridades socioculturais e suas dificuldades de acesso aos serviços de saúde, o que foi de suma importância tendo em vista a limitada abordagem desses conteúdos durante a graduação em medicina. Além disso, as atividades tiveram sua importância destacada pela equipe do Consultório na Rua por se tratar de um público tão carente de ações e conhecimentos em saúde, como também, do respeito e atenção da sociedade. Para as ações, buscavam-se os locais de maior aglomeração da população em situação de rua e vulnerabilidade. O planejamento era pautado em atividades concisas e eficazes, objetivando não demandar muito tempo, para que o máximo de ações assistenciais fossem executadas em poucos minutos de concentração dos assistidos. Como também, prezava-se sempre por uma linguagem simples e de fácil compreensão. Considerações Finais: A experiência vivida possibilitou a construção de conhecimentos e a familiaridade dos acadêmicos de medicina acerca das demandas de saúde dos moradores de rua. Paralelamente, trouxe a oportunidade de explanar ativamente conhecimentos importantes, realizar atividades de promoção de saúde e direcionar os usuários no SUS para o tratamento de eventuais doenças não acompanhadas. Além do aprendizado adquirido, pode-se ir de encontro aos estigmas sociais e alertar a academia sobre as adversidades vivenciadas por os moradores de rua.
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