Transformando Desafios em Oportunidades no ProAME: um relato de experiência

  • Author
  • Mara Mikaelly Santos da Silva
  • Co-authors
  • Agliely Gomes Pereira , Enzo Kaique da Silva Lopes , Juliana Farias Vieira , Franciane de Paula Fernandes , Larissa Silva Barreto de Araújo , Yasmim Luana Andrade Rodrigues
  • Abstract
  • APRESENTAÇÃO: Hodiernamente, o leite materno é a fonte de nutrição mais completa e balanceada para os bebês, pois contém todos os nutrientes necessários, na quantidade e proporção corretas, para promover um crescimento saudável e o desenvolvimento adequado do sistema imunológico. O leite materno contém anticorpos e outros componentes imunológicos que ajudam a proteger os bebês contra uma variedade de patologias e infecções, incluindo infecções respiratórias, gastrointestinais e alergias. Ademais, o ato de amamentar fortalece o vínculo emocional entre a mãe e o bebê, promovendo um senso de segurança e conforto para ambos. Em consonância, o aleitamento materno exclusivo também oferece benefícios para a saúde da mãe, incluindo uma recuperação mais rápida após o parto, redução do risco de hemorragia pós-parto e menor incidência de certas doenças, como o câncer de mama. Estudos mostram que o aleitamento materno exclusivo está associado a uma série de benefícios de longo prazo para a saúde da criança, incluindo menor risco de obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardíacas e câncer na fase infanto-juvenil e na vida adulta. Ainda, é válido destacar que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida é amplamente recomendado por organizações de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), como a melhor forma de nutrição para os bebês. Não obstante, o Programa de Aleitamento Materno Exclusivo (ProAME) desempenha um papel crucial na promoção da saúde materno-infantil e na disseminação da importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida dos bebês. O ProAME é uma iniciativa implementada pelo Ministério da Saúde, em parceria com outros órgãos governamentais, organizações não governamentais e profissionais de saúde, com o objetivo de incentivar, proteger e apoiar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade da criança. Este programa é fundamentado em evidências científicas que demonstram os inúmeros benefícios do aleitamento materno exclusivo para a saúde do bebê, da mãe e para a sociedade como um todo. Entre os benefícios estão a redução da mortalidade infantil, a prevenção de doenças infecciosas e crônicas, o fortalecimento do vínculo mãe-bebê e a promoção da saúde materna. As principais finalidades do ProAME são: promover campanhas educativas e de sensibilização para gestantes, mães, famílias, profissionais de saúde e toda a comunidade sobre os benefícios do aleitamento materno exclusivo e as técnicas adequadas para a amamentação; oferecer suporte técnico e emocional às mães durante o período de amamentação, ajudando a superar possíveis dificuldades e desafios que possam surgir; e contribuir para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas relacionadas ao aleitamento materno, garantindo o acesso das mães a condições adequadas para amamentar, como licença-maternidade estendida, espaços amigáveis para amamentação em locais públicos e no ambiente de trabalho. Nesse âmbito, ainda é possível promover a capacitação de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e parteiras, para que estejam aptos a orientar e apoiar as mães no processo de amamentação. Logo, o objetivo deste trabalho é expor os principais desafios relatados e observados por algumas mães durante o período de amamentação exclusiva, de modo a sugerir algumas contribuições. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um estudo descritivo e qualitativo, do tipo relato de experiência. Foram realizadas 4 consultas de ProAME durante o mês de abril de 2024 na Unidade Básica de Saúde Boa Esperança, em Altamira, Pará. Essas consultas foram realizadas por acadêmicos do 10º semestre do curso de enfermagem, acompanhados por uma preceptora, durante o estágio supervisionado em saúde coletiva, da Universidade do Estado do Pará. RESULTADOS No mês de abril de 2024 foram realizadas 4 consultas de ProAME, referentes à inscrição no programa. Todas as mães informaram terem tido os bebês via parto cesárea. A consulta de enfermagem realizada pelos acadêmicos é composta por: antecedentes pessoais da genitora; antecedentes familiares da genitora; antecedentes ginecológicos da genitora; antecedentes obstétricos da genitora; avaliação antropométrica do bebê; avaliação dos reflexos primitivos do bebê; exame físico do bebê; e orientações quanto ao esquema vacinal do bebê, higienização adequada do umbigo e genitálias, amamentação materna exclusiva (AME), dieta e ingesta hídrica da genitora e retorno para consulta subsequente. Dentre os 4 bebês que foram avaliados, 2 não estavam em AME. Ao questionarmos uma das genitoras sobre o motivo, ela nos informou que “não estava produzindo a quantidade de leite adequada para seu filho” e que estava fazendo a suplementação com leite em pó sem a prescrição ou orientação médica. Ainda, informou que o bebê estava com muitas cólicas e gases, o que a fez continuar com a suplementação, pois acreditava que os desconfortos cessavam após o bebê ingerir o leite complementar. Até a data da consulta, a criança estava com 3 meses. Relatou ainda que estava preocupada sobre como iria continuar amamentando seu filho, pois precisava retornar ao âmbito laboral. A outra mãe que informou que o filho não estava em AME nos relatou que estava finalizando o uso de um antibiótico, por ter adquirido infecção do trato urinário no puerpério. Por esse motivo, segundo a genitora, ela achava que o leite não estava sendo o suficiente, até por notar que as mamas ficavam vazias após um período de sucção do bebê. Porém, a genitora não buscou uma orientação ou prescrição médica para a suplementação com leite em pó. Até a data da consulta, a criança estava com 2 meses. Em uma avaliação com outra mãe, ao ser indagada sobre até quando deveria amamentar seu filho, sem introdução de nenhum outro tipo de alimento ou água, ela ficou pensativa e não soube responder. Ainda, a genitora informou que estava dando chupeta para a criança nos momentos de choro. Até a data da consulta, a criança estava com 3 meses. Mediante ao exposto, denota-se que, mesmo em meio ao avanço tecnológico e científico, muitas mães possuem pouco ou quase nenhum conhecimento acerca da AME. Elas foram orientadas quanto ao direito legal de pausa no trabalho para amamentação; quanto ao período recomendado de 6 meses de amamentação exclusiva; quanto às manobras que podem ser realizadas no bebê para o alívio de cólicas; quanto aos efeitos prejudiciais do uso de chupetas e mamadeiras; quanto aos efeitos prejudiciais da introdução alimentar antes dos 6 meses; quanto à importância e benefícios da AME; entre outras. Espera-se que as genitoras coloquem em prática as recomendações repassadas durante as consultas do ProAME. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É evidente que o ProAME desempenha um papel fundamental na promoção da saúde materno-infantil e na disseminação da importância do aleitamento materno nos primeiros meses de vida dos bebês. Ao longo deste relato de experiência, pudemos destacar os principais aspectos do ProAME e sua relevância para as mães, famílias e sociedade como um todo. Ficou claro que o ProAME não apenas incentiva e apoia o AME, mas também busca enfrentar os desafios e obstáculos que as mães podem encontrar durante esse processo. Através de iniciativas de educação, sensibilização, apoio técnico e políticas públicas, é possível criar um ambiente propício para que as mães possam amamentar seus filhos de forma adequada e satisfatória.

  • Keywords
  • Amamentação Exclusiva, Desenvolvimento Infantil, Aleitamento Materno
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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