INTRODUÇÃO: Considerando as barreiras enfrentadas pelas mulheres usuárias de substâncias psicoativas que emergem no sistema de saúde, justamente pelas questões de gênero e desconfortos em acessar esses ambientes, visto que há uma predominância de homens, tornou-se imprescindível um planejamento de cuidado específico para este grupo. Deste modo, surge o “Mulheres no Corre”, um coletivo de geração de trabalho e renda e produção de saúde mental, guiado pelos princípios da Economia Solidária, Reforma Psiquiátrica e Sistema Único de Saúde (SUS), voltado somente para as mulheres. OBJETIVO: Refletir sobre as especificidades do cuidado de mulheres usuárias de álcool e outras drogas, a partir de uma oficina de geração de trabalho e renda. METODOLOGIA: São desenvolvidas oficinas semanalmente em um CAPS AD II no Interior do Rio Grande do Sul. Os encontros duram aproximadamente três horas. Os participantes incluem usuárias vinculadas ao serviço, profissionais, residentes e estagiários integrantes da equipe, assim como voluntários. Os materiais são produzidos artesanalmente e de forma coletiva, promovendo autonomia e cuidado em liberdade e posteriormente, são comercializados em feiras locais, eventos e através de encomendas. O grupo conta, ainda, com um espaço de acolhimento aos filhos que acompanham suas mães e/ou cuidadoras. RESULTADOS: Durante os encontros são abordadas temáticas como: gênero, empoderamento feminino, violência e reconhecimento de direitos. Observa-se que a oficina “Mulheres no Corre” além de proporcionar autonomia a essas usuárias, a partir da geração de trabalho e renda, torna-se um espaço seguro, de acolhimento e apoio dessas mulheres, auxiliando na promoção da saúde mental e enfrentamento de violências vivenciadas. O ambiente permite que as usuárias consigam se expressar, expor experiências e sentimentos ao grupo, criar conexões, além de se tornarem protagonistas e ressignificarem seu cotidiano. Esse coletivo favorece a possibilidade de ampliação de vida e trânsitos novos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ressalta-se a importância de estratégias de cuidado, assim como espaços específicos e seguros para essas mulheres usuárias do serviço, visto que as mesmas apresentam mais vulnerabilidade em relação aos homens. Portanto, ações como essa fomentam a descoberta de habilidades e aquisição de conhecimentos específicos, contribuindo de maneira significativa com a saúde mental.