Apresentação: O modelo de cuidado colaborativo tem se mostrado essencial para enfrentar desafios complexos em saúde, como condições de saúde mental. Entretanto, nota-se a necessidade do desenvolvimento de competências para qualificação dessas práticas, especialmente em cenários de fragmentação do cuidado. Considerando a Atenção Primária à Saúde (APS) como ponto de atenção estratégico e ordenador da rede, o projeto PROADI-SUS SAÚDE MENTAL NA APS (SMAPS) executado (2021-2023) em seis regiões de saúde de três estados brasileiros, objetivou organizar a linha de cuidado em saúde mental na (APS), promovendo uma abordagem integrada no cuidado às pessoas usuárias. Entre as atividades do SMAPS, foi promovida a oficina "Matriciamento em Saúde Mental na APS: Como fazer?", que teve como objetivo exercitar conhecimentos, habilidades e atitudes para o trabalho colaborativo em saúde mental.
Desenvolvimento do Trabalho: Planejou-se a oficina de modo a ser conduzida por dois profissionais e estruturada em um formato prático e participativo com duração de 03 horas, visando capacitar os profissionais de saúde da APS e dos Centros de Atenção Psicossocial para incorporar o matriciamento em suas práticas diárias. A oficina previa três atividades, a saber: i. exposição dialogada com a finalidade de contextualizar o matriciamento enquanto modelo de cuidados colaborativos e seus elementos fundamentais; ii. Simulação das etapas de uma consulta compartilhada na APS, utilizando a metodologia de Jogo de Papéis (Role play) iii. Encenação e discussões de dois casos com diferentes abordagens e desfechos.
Resultados: Esse modelo de oficina foi conduzido no município de Caxias/Maranhão, contando com cerca de 50 participantes, incluindo profissionais assistenciais e gestores, com representantes de todas as unidades da APS e CAPS do município. O material utilizado na oficina, incluindo um Guia de Replicação, foi disponibilizado para os participantes, auxiliando-os na replicação da oficina para os demais profisisoanais das unidades de saúde ali representadas. As atividades propostas permitiram que os participantes aplicassem os conceitos sobre matriciamento e explorassem a dinâmica de trabalho colaborativo na resolução de casos de saúde mental. Além disso, a oficina fomentou um espaço crítico-reflexivo no qual os participantes identificaram fortalezas e fraquezas das diferentes abordagens realizadas na atividade prática, refletindo sobre como essas podem impactar na qualidade da discussão de caso e no processo de matriciamento.
Considerações finais: A oficina de matriciamento desenvolvida forneceu subsídios para que os profissionais pudessem aplicar os conceitos do matriciamento em sua prática clínica diária, contribuindo para uma abordagem mais integrada e centrada na pessoa usuária em diferentes contextos brasileiros. Ao trabalhar em equipe, os profissionais podem coordenar de forma mais eficaz os cuidados, garantindo uma abordagem integrada e contínua às necessidades de saúde das pessoas usuárias, contribuindo para promoção de melhores resultados de saúde e experiências de cuidado para todos os envolvidos no processo.
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