Desafios enfrentados pelos profissionais da saúde no cuidado ao paciente surdo: nota prévia
Apresentação: Na sociedade brasileira existe o direcionamento a uma educação com foco principal na escuta e fala verbal como principal meio de comunicação interpessoal. Neste contexto encontra-se a comunidade surda, muitas vezes negligenciada, lutando diariamente por mais inclusão e acessibilidade. O surdo tem como principal meio de comunicação a Língua Brasileira de Sinais - Libras, uma língua de modalidade visual-motora, possuindo sua gramática própria, reconhecimento legal de comunicação e expressão da comunidade surda. Os surdos enfrentam uma barreira comunicacional significativa em diversos âmbitos sociais, inclusive na procura pelos serviços de atenção à saúde, onde muitas vezes enfrentam a quebra do direito pelo sigilo profissional-paciente pela necessidade do acompanhamento de um familiar, amigo ou Intérprete de Libras que é utilizado como mediador da conversa. Este trabalho trata-se de uma nota prévia, de trabalho de conclusão do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, campus Palmeira das Missões, do estado do Rio Grande do Sul/Brasil. Possui como objetivo identificar os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde no cuidado ao paciente surdo. Desenvolvimento: Esta pesquisa utiliza a revisão integrativa de literatura com base em artigos de diferentes bases de dados, no período dos últimos dez anos, por meio de abordagem qualitativa, a fim de identificar a utilização da Língua Brasileira de Sinais como principal meio de comunicação e interação com a comunidade surda nos serviços de atenção à saúde. Resultados: Por meio deste estudo, espera-se promover a disseminação do conhecimento referente à Língua Brasileira de Sinais para os profissionais da saúde, proporcionando maior visibilidade, reconhecimento e inclusão da comunidade surda na sociedade, acolhimento humanizado e resolutivo diante das demandas apresentadas pelo sujeito surdo. A comunicação clara e efetiva é essencial para um diagnóstico conclusivo e resolutivo para a pessoa com deficiência auditiva e para a equipe de saúde. Quando a comunicação não acontece da maneira esperada, a possibilidade de um tratamento equivocado aumenta consideravelmente. Se faz necessário repensar sobre a Libras como tema transversal das diretrizes curriculares nos cursos de graduação, tornando obrigatória esta temática durante a formação dos profissionais de saúde. Considerações finais: É indispensável que os profissionais de saúde conheçam a Língua Brasileira de Sinais, tenham maior habilidade prática no ato de se comunicar ao utilizar a mesma, favorecendo a compreensão do sujeito surdo e proporcionando um ambiente humanizado, acessível e sigiloso.