APRESENTAÇÃO: O modelo de ensino em serviço adotado pelas Residências em Saúde é amplamente reconhecido como um padrão de excelência na formação de especialistas para áreas estratégicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, o papel do Preceptor(a) é fundamental no campo de prática das residências, atuando como facilitador e mediador no processo de aprendizagem e produção de conhecimento. Sua responsabilidade inclui o aprimoramento das competências dos residentes em formação, estimulando seu desenvolvimento e participando ativamente do processo educativo com competência técnica e pedagógica. É importante que esse profissional esteja qualificado para identificar necessidades de aprendizagem, desenvolvendo ações educacionais e avaliando-as. No Estado da Bahia, a Coordenação de Residências em Saúde e Formação em Serviço da Escola de Saúde Pública da Bahia(CORES/ESPBA), vinculada à Secretaria da Saúde da Bahia (SESAB), desempenha um papel central no aprimoramento contínuo das residências em saúde, elaborando projetos e programas de formação em saúde para profissionais do SUS-BA, incluindo residentes, tutores e preceptores. Em abril de 2024, a CORES conduziu um Levantamento do Perfil Sociopedagógico de Preceptores da Rede SESAB, para conhecer melhor os profissionais no exercício da preceptoria e subsidiar ações para sua qualificação. Na rede SUS-Bahia esses dados encontravam-se dispersos, o que desfavorece a implementação de ações para aperfeiçoamento desse público. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de mobilização para o preenchimento do formulário e a devolutiva sobre a formação pedagógica de preceptores de residência, dada a relevância do perfil sociodemográfico e pedagógico desses profissionais. DESENVOLVIMENTO: Para obtenção das informações foi construído um formulário online, elaborado por Residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Gestão da Educação e do Trabalho na Saúde, e disponibilizado aos profissionais da SESAB, com supervisão dos preceptores das respectivas coordenações da ESPBA. RESULTADO: Foi necessário fazer uma relação de contatos das coordenações de residências médicas e multiprofissionais e reunir-se com elas para apresentar os objetivos do levantamento. A receptividade dos trabalhadores mostrou a relevância do tema para eles e a adesão ao processo se mostrou satisfatória, excedendo a expectativa inicial. Além disso, no processo de esclarecimento da ferramenta surgiram questões sobre o exercício da preceptoria no cenário baiano, incluindo a valorização do exercício da função de preceptor e a demanda por cursos de formação. Dados do formulário concernentes às residências demonstraram que a maioria deles não possui uma formação específica, focada nos elementos pedagógicos para o exercício da preceptoria. É possível pensar a partir disso que o ensino em serviço é sobretudo subsidiado no conhecimento técnico associado ao cotidiano de trabalho. CONSIDERAÇÕES: O formulário revelou-se eficaz na coleta das informações necessárias, graças à sensibilidade das questões elaboradas. Sua aplicação não apenas permitiu identificar aspectos da preceptoria no contexto baiano, mas também destacou a demanda por cursos e atividades formativas para aprimorar o papel docente-assistencial, fortalecer as competências didático-pedagógicas e elevar a qualificação do corpo de preceptores, assim como da formação em Residência em Saúde na Bahia.
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