MATERNIDADE ATÍPICA NO CONTEXTO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE, ANTICAPACITISMO E INCLUSÃO NA SOCIEDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Author
  • Anahí da Silva da Cunha Guimarães
  • Co-authors
  • Jessica da Silveira Saldanha , Julia Bujes Silva , Livia Vitória Di Giorgio Amorim , Yasmin Petter Siqueira , Vilma Constancia Fioravante dos Santos , Adriana Roese Ramos
  • Abstract
  • Apresentação: O reconhecimento das interseccionalidades que produzem desigualdades nas relações e experiências das mulheres mães é fundamental nos processos de cuidado. A maternidade atípica é um tema que carece de discussão especialmente no que diz respeito aos marcadores da diferença que atravessam as relações sociais dessas mulheres. Nesse complexo emaranhado, aponta-se para o capacitismo como a intrincada estrutura social que perpetua e sustenta relações hierárquicas e discriminatórias entre as pessoas. Neste sentido, considera-se que, o debate sobre posturas e linguagens anticapacitistas no âmago da formação universitária são essenciais e irão refletir em interrelações mais respeitosas na atenção à neurodiversidade na Rede de Atenção à Saúde. Objetivo: Relatar a experiência de uma ação extensionista como espaço de discussão e problematização das diferentes vivências de mães neurodiversas e/ou mães de crianças atípicas na utilização de serviços da Rede de Atenção à Saúde. 

    Relato da experiência: Trata-se de um relato de experiência de ação de extensão no formato de evento aberto à participação da comunidade acadêmica (estudantes, técnico-administrativos e docentes), realizado em março de 2024 e promovido pela Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A ação contou com estudantes calouros do curso de Enfermagem, comunidade acadêmica, servidores da universidade, membros da Associação de Familiares e Amigos do Down (AFAD) e pessoas da comunidade interessadas na temática. 

    Resultados: A ação se deu por meio de reuniões preparatórias da equipe coordenadora e com mulheres mães de crianças atípicas que foram convidadas a participarem. A escolha do mês se deu pela comemoração em março, do mês da mulher e também em função de ser, na parentalidade atípica, a figura feminina a que tem a maior sobrecarga de cuidados. A proposta também busca trazer maior visibilidade às seguintes datas alusivas: Dia Mundial das Doenças Raras (29/02), da Síndrome de Down (21/03) e de Conscientização do Autismo (02/04). A discussão se concentra nas experiências das mulheres na utilização dos serviços de saúde, na inclusão social e no anticapacitismo, bem como suas vivências em espaços de debate sobre a questão. Nesta seara, foram apontados obstáculos na rede de atenção à saúde e na inclusão que auxiliam a pensar em possibilidades de atuação. 

    Considerações finais: A ação extensionista auxiliou na constituição de parcerias institucionais, com o despertar colaborativo entre setores da  universidade e do interesse de servidores que veem na iniciativa um espaço relevante para a integração da academia com a sociedade a partir de temas de interesse comum. Também, trouxe para a comunidade acadêmica, assim como para os demais participantes da ação, a importância da discussão e das trocas de experiências voltadas às neurodiversidades e deficiências, o que terá impacto na prática assistencial e política dos futuros profissionais da saúde.

  • Keywords
  • Discriminação social, Saúde da Pessoa com Deficiência, Anticapacitismo
  • Subject Area
  • EIXO 6 – Direito à Saúde e Relações Étnico-Raciais, de Classe, Gênero e Sexualidade
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