A pesquisa em questão teve como objetivo analisar a qualificação dos Agentes Indígenas de Saúde para atuação na prevenção do consumo prejudicial de álcool junto aos indígenas da etnia Mayuruna/Matsés, no valo de Javari no Amazonas. Para alcançar esse propósito, foi adotada uma metodologia de revisão narrativa da literatura científica e análise documental, permitindo uma compreensão totalizante e detalhada das ações de Educação Permanente relacionadas à atuação profissional em contextos de consumo prejudicial de álcool entre os povos indígenas. O consumo prejudicial de álcool entre os indígenas exige uma análise abrangente dos padrões e motivações associados ao consumo, incluindo práticas tradicionais e não tradicionais. Os Agentes Indígenas de Saúde desempenham um papel fundamental na prestação de serviços de saúde primária em territórios indígenas por meio da Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, demandando qualificações e atualizações contínuas. No entanto, temas como o consumo prejudicial de álcool e violência muitas vezes não são devidamente integrados nos programas de formação. Os resultados indicam que a qualificação desses profissionais deve ser permanente e interdisciplinar, envolvendo áreas como psicologia, serviço social, sociologia e antropologia, e contando com a participação comunitária de lideranças indígenas, educadores e membros da comunidade. A troca de conhecimentos é crucial para uma qualificação que permita uma intervenção profissional adequada, considerando aspectos socioculturais e médicos. Destaca-se a falta de pesquisas sobre a qualificação desses profissionais, com ênfase na prevenção do uso prejudicial de álcool. Portanto, esta pesquisa ressalta a importância de uma abordagem colaborativa entre profissionais de diferentes áreas e a participação ativa dos próprios indígenas na elaboração de estratégias conjuntas de prevenção, levando em conta as particularidades de cada etnia.