A Educação Popular em Saúde (EPS) é uma diretriz prática e metodológica no Brasil, a qual objetiva transformar a realidade da comunidade por meio da participação democrática de atores sociais, favorecendo o cuidado em saúde compartilhado entre profissionais e comunidade, na APS (Atenção Primária em Saúde).
Uma atividade pedagógica fundamentada nesses princípios é a dinâmica em sala de espera, um importante espaço para promover a prevenção de doenças, a conscientização sobre a saúde dos usuários e sua rede social, além de vivenciar na prática o princípio de Integralidade legitimado pelo Sistema Único de Saúde, o qual defende a necessidade de se desenvolver ações intersetoriais que tenham repercussão na qualidade de vida dos indivíduos. Ante o exposto, este trabalho objetiva relatar a experiência de estudantes de graduação na realização de momentos de Educação acerca da violência contra à mulher na sala de espera de uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBS) em uma comunidade de um município do interior do Rio Grande do Sul. Foi possível sanar dúvidas, compartilhar experiências, esclarecer mitos e favorecer a aproximação entre a equipe de saúde e os usuários, tornando o ambiente acolhedor.
A atividade de sala de espera aqui relatada decorreu no ano de 2024 e foi projetada para durar aproximadamente 1 hora, tendo como equipe 2 acadêmicas de Medicina supervisionadas pelo professor orientador e buscou abordar, por intermédio de uma roda de conversa com demonstração de cartilhas explicativas, produzidas pelas estudantes, a temática de violência contra a mulher. Participar ativamente da educação em saúde na sala de espera proporciona aos alunos de medicina a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula em um contexto real, ajudando a consolidar o aprendizado e a desenvolver habilidades de comunicação e ensino.
Além disso, a participação nessas atividades permite que os alunos trabalhem em conjunto com outros profissionais da saúde, promovendo uma compreensão mais abrangente da atenção à saúde em equipe multidisciplinar. Dessa forma, o projeto realizado evidenciou que por meio da interação entre os saberes médicos e o linguajar popular, é possível promover o conhecimento de maneira simples e qualificar os atendimentos nos serviços de saúde, fortalecendo o engajamento dos acadêmicos de Medicina e o vínculo entre equipe e usuário em prol de uma assistência integral à comunidade.