As transformações no mundo do trabalho advém da revolução industrial iniciada a partir do século XIX e mais tarde incorporadas por medidas de mensuração de trabalho e produtividade utilizadas na produção fabril. Esse mesmo conceito foi incorporado no trabalho em saúde, contudo não foi observada a imaterialidade da lógica produtiva entre o contato trabalhador-usuário que tem como produto final o cuidado. Assim, o objetivo deste estudo consiste em descrever a precarização do trabalho na Saúde Pública e como isso interfere na qualidade do cuidado. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada nas bases de dados, Scielo e Google Acadêmico. A partir da leitura realizada, foram efetuados fichamentos de acordo com o título e resumo. Após leitura, os temas foram analisados e catalogados. De acordo com a literatura, o Sistema Único de Saúde (SUS) contribuiu significativamente para a melhoria da saúde da população. No entanto, desde a sua gênese não garantiu uma legislação sólida quanto ao provimento de recursos humanos, principalmente no que tange aos processos de municipalização. Assim, para garantir a assistência de saúde, os trabalhadores passaram a ser contratados e remunerados de diversas formas: temporários, bolsistas, “pejotas”, contrato por tempo de serviço, celetista, entre outros. Nesse sentido, os que não tiveram contratos regidos pelas leis trabalhistas, foram relegados às formas precarizadas de trabalho. No entanto, para alguns segmentos da saúde, como Atenção Primária à Saúde, essas formas precarizadas de contrato podem supostamente prejudicar o cuidado em saúde, por comprometer a longitudinalidade, continuidade e acompanhamento do usuário. Também pode interferir na criação de vínculos entre o trabalhador e comunidade que, a longo prazo, tende a contribuir para a desconstrução da própria concepção na qual foi concebido o Sistema Único. Nesse sentido, cabe a necessidade de estudos sobre essa temática e discussões sobre a contratação de recursos humanos para compor o SUS de modo a garantir o seu fortalecimento.