Introdução: A tuberculose (TB) é uma infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis, transmitida através de aerossóis por meio da tosse ou do espirro, por exemplo. Tal enfermidade acomete, de forma mais frequente, pessoas vivendo com HIV (PVHIV), devido ao comprometimento do sistema imunológico desse grupo, o que favorece a ativação da TB e, consequentemente, o aumento da mortalidade por essa causa. O teste de detecção do antígeno lipoarabinomanano (LF-LAM) apresenta-se como aliado no diagnóstico de TB ativa em PVHIV, em detrimento da dificuldade da testagem por outros métodos. Objetivo: Analisar o impacto do LF-LAM em pessoas vivendo com HIV, como estratégia de diagnóstico precoce e, à vista disso, iniciar o tratamento oportuno. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa, em março de 2024, utilizando como fonte a Biblioteca Virtual em Saúde. Os descritores utilizados foram “LF-LAM” e “tuberculose” combinados com o operador booleano “AND”. Sendo encontrados trinta e um artigos, dos últimos cinco anos, oferecidos na íntegra de forma gratuita, contudo apenas quatro publicações, disponíveis em inglês e português, adequaram-se ao objetivo do estudo. Resultados: O teste detecta o antígeno lipoarabinomanano (LAM), lipopolissacarídeo presente nas paredes celulares de micobactérias, liberadas pelas células bacterianas na urina dos infectados. Estratégias como essa foram elaboradas para facilitar o diagnóstico de tuberculose ativa em PVHIV, tendo em vista que o grau de comprometimento dessas pessoas influencia o quadro clínico, não manifestando sintomas clássicos, além de apresentar radiografia de tórax atípica. Ademais, a urina é fácil de coletar e armazenar, o que reduz a chance de infecção pelo escarro e é possível ofertar o resultado em 25 minutos após a realização do teste, sendo um benefício para o início do tratamento em tempo hábil, o que significa uma vantagem em relação a demora da cultura do Mycobacterium tuberculosis. O LF-LAM não é ideal para rastrear casos de TB ativa na população geral, uma vez que, nesses indivíduos apresenta sensibilidade reduzida em detrimento de outros testes, porém em PVHIV, com tuberculose associada o teste de detecção do antígeno LAM possui uma sensibilidade aperfeiçoada, sendo essa inversamente proporcional a quantidade de linfócitos T CD4+, ou seja, quanto mais imunossuprimido for o paciente, mais sensível será o teste. Em vista disso, a Organização Mundial de Saúde sugere que o LF-LAM seja feito em PVHIV com quadro sugestivo de TB pulmonar e/ou extrapulmonar, com CD4+ < 100 células/mm³ ou nos que estiverem bastante comprometidos e não for ofertada a contagem de CD4+. Conclusão: Segundo os estudos elegidos nessa revisão, o LF-LAM é uma opção rápida e prática para investigar casos de tuberculose em PVHIV. Contudo, é necessário compreender suas indicações, já que, na maioria da população, não se expressa como sensível, diferente do grupo de pessoas que apresentam um sistema imunológico mais comprometido. Por isso, é preciso que a implantação emergente do LF-LAM esteja acompanhada do treinamento da equipe de saúde, de forma que essa ferramenta seja utilizada para reduzir os casos de PCHIV com diagnóstico tardio de TB e aplicação demorada do tratamento.