Esse resumo versa sobre as influências das biopotências na formação dos profissionais no curso de psicologia. Partindo das reflexões do livro vida capital de Peter Pal Pelbart numa disciplina nomeada de psicologia e processos sociais, entendemos que os modos de vida nômades merecem destaque como contraponto às perspectivas da psicologia que constrói concepções teóricas fundadas em aprioris, antecipam sobre esses que se pretende cuidar reflexões antes do encontro com os mesmos. Tendo como pressuposto que a biopolítica como forma de controle dos corpos, também incide na produção de modos de subjetivação, passamos a refletir o lugar do trabalhador da saúde como paradoxal. Enxergamos o profissional da psicologia ou o estudante do curso de psicologia atarefado com as perspectivas teóricas no sentido de criar significados sobre a prática profissional. O que temos experimentado é a perspectiva do fazer psicológico situado no encontro a partir do atravessamento de uma produção de subjetividade capitalista. A questão norteadora para nós se embasa no questionamento a respeito do lugar do psicólogo a partir de existências que resistem a esse modo de produção de vida capitalista. Entendemos que o nômade, assim como expressado por Kafka, tem uma proposta de circulação muito próxima do esquizo, nos afetamos com esse exercício da vida que escapa ao controle. Assim como as muralhas Chinesas levantadas pelo imperador, tinham brechas por onde o Nômade escorria e adentrava no império, tomamos a perspectiva nômade como ferramenta para pensar o fazer psicológico. Pautamos a psicologia a partir dessa fronteira de margens, de muros e de formas não homogêneas para pensar o encontro com os sujeitos que habitam corpos em produção de sofrimento. Embarcar nessas análises promove em nós o desejo pela alteridade. Seria possível repensar a psicologia no cuidado com a produção do sofrimento? Para essas reflexões tomamos de empréstimo o fazer psi guiado pelo nômadismo nos encontros. Evocando que a força inventiva da vida, identificada nos lugares onde o exercício de poder mais produz rebaixamento das potências de vida, caminhamos com a biopotência. Entendendo que o homem antes de tudo é um grau de potência. Tomados por essas inquietações caminhamos nas reflexões sobre o compromisso de na micropolítica do trabalho vivo e em ato exercitarmos a busca das potências como norte clínico do pensar e nos produzirmos como profissionais do cuidado. Aproveitamos as dobras dos conceitos para analisarmos nossa implicação com o devir psicólogo.