A relação entre a arte e a saúde mental é histórica, revelando que atividades artísticas proporcionam e o bem-estar e saúde mental. A arte desempenha diversos benefícios terapêuticos, proporcionando ganhos sociais, emocionais, psíquicos e cognitivos. Neste cenário, o CAPS III IANA PROFETA RIBEIRO do município de Santo André-SP, vem utilizando a arte como tecnologia de cuidado potente em saúde mental, demonstrando benefícios nos Projetos Terapêuticos dos usuários, através, do Projeto Coletivo Integração, formado pelas três oficinas: Cativa Samba, DançaTerapia e Sarau – Violão e Poesia. A diversidade de ofertas amplia e promove assertivamente a integração dos mais diversos usuários em cada eixo do grupo. O projeto de envolver música como ferramenta terapêutica, teve início há cerca de 10 anos neste CAPS. Das experiências musicais propostas, o Samba obteve maior aceitação e adeptos, possibilitando a formação de um grupo. A partir do desejo comum entre trabalhadores e usuários se formou o Grupo Cativa Samba (nome proposto por usuário componente do grupo e eleito através de votação). O grupo teve sucesso imediato, com significativa participação de usuários e familiares, possibilitando a junção de outros projetos que corriam em paralelo, através de oficinas no CAPS: SARAU- Violão e Poesia e Dançaterapia. Assim, surgia o COLETIVO INTEGRAÇÃO, no CAPS III IANA PROFETA RIBEIRO. A proposta integrada ao Projeto Terapêutico dos usuários artistas promoveu ganhos importantes de autonomia, comunicação, ampliação de rede de apoio e fortalecimento de vínculos familiares, circulação territorial, protagonismo e sociabilidade. As apresentações têm extrapolado os limites do CAPS, através de inúmeros convites, os usuários artistas e profissionais vem participando ativamente em apresentações externas como instituições, universidades, teatros e eventos. Essa expansão para ressalta o impacto positivo que a arte pode ter não apenas na saúde mental dos usuários, mas também na promoção de uma participação ativa e inclusiva na comunidade, no meio social. O grupo se apresentar formalmente nos mais diversos locais infere a aceitação dos sujeitos com sofrimento psíquicos, outrora marcados por estigmas e preconceitos, e reconhecimento da importância do trabalho desenvolvido no âmbito do CAPS. A participação dos usuários no processo criativo de construção dos projetos, o aperfeiçoamento das técnicas musicais, corporais e poéticas, a responsabilidade com compromissos firmados, a promoção de bem estar e qualidade de vida, o aumento da criatividade com composições autorais, a expansão do projeto para rede intersetorial, são responsáveis pela expansão e fortalecimento do projeto. Como desdobramento, o protagonismo do usuário e a desmistificação dos tabus relacionados ao cuidado em saúde mental.