Em 28/08/2012 o Ministério da Saúde (MS) promulga a PORTARIA 854/SAS alterando e criando novos procedimentos de produção para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), conforme o Modelo de Atenção Psicossocial instituído no país, reafirmado pela Portaria nº 3.088, 23/12/2011. Com essa transição, foi eliminada a abordagem centrada no faturamento quantitativo, expandindo significativamente a perspectiva qualitativa das informações, com vias de demonstrar mensalmente uma "fotografia" do serviço. Ao assumir a Coordenação da Saúde Mental em 2019, os Relatório de Acompanhamento e Avaliação em Saúde (RAAS), Bloco de Procedimentos Ambulatoriais (BPA) C e Bloco deProcedimentos Ambulatoriais (BPA) adotados como indicadores de gestão permitiram realizar inicialmente o diagnóstico situacional. Além disso, a identificação de uma lacuna no monitoramento da ocupação de leitos nos CAPS e no Pronto Socorro de Psiquiatria (PS) exigiu a implantação de um Censo Diário que estabelecesse o acompanhamento diário dos usuários em situação de Hospitalidade Noturna (HN) e sob observação no PS. A extratificação das informações e análise dos dados revelaram distintos cenários correspondentes aos CAPS, evidenciando perfis mais ambulatoriais ou cenários voltados para uma abordagem territorial. Destacou-se considerável dificuldadedas das equipes em compreender os conceitos e ações associados ao RAAS e BPA C. Os obstáculos repercutiam diretamente nos resultados quantitativos da produção e nas ofertas de cuidado aos usuarios e suas famílias. No que se refere aos leitos no Pronto Socorro (PS) e nos CAPS, observou-se conflitos significativos no compartilhamento das informações, do conceito de crise psíquica e na corresponsabilidade do cuidado. Para abordar essas questões, foram conduzidas oficinas envolvendo profissionais e administrativos. Os conceitos foram discutidos e alinhados para garantir uma operação uniforme. Instrumentos foram criados para simplificar a notificação por parte dos trabalhadores e a inserção dos dados pelos administrativos. A produção passou a ser enviada mensalmente aos serviços, sendo discutida em Colegiado Gestor e apresentada às equipes. O Censo Diário estabeleceu uma comunicação eficaz entre os serviços da rede com melhor promoção no cuidado integral e longitudinal do usuário, em especifico na atenção à crise. Esse processo de gestão dos dados permitiu o levantamento dos desafios de modo fidedigno, com estabelecimento de metas e o planejamento anual de cada serviço mais assertivos. A gestão dos dados proporcionou para qualificar as equipes, aprimorar o cuidado prestado aos usuários, construir fluxos e processos e otimizar a comunicação em gestão com os pares.