Apresentação: No âmbito da Enfermagem, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) crescem em decorrência da autonomia para aplicação, sendo intervenções que necessitam de capacitação adequada e conhecimento para tal. Como boa parte das competências e habilidades dessa área eram aprendidas mediante pós-graduações ou cursos livres, desde 2014, algumas universidades públicas promovem o ensino das PICS. Esse conhecimento é ofertado em disciplinas de caráter optativo, projetos de extensão e mini cursos, porém, a implementação nos currículos ainda não abrange todo território nacional. O objetivo deste estudo é identificar as opiniões de Enfermeiros capacitados em PICS sobre o ensino dessa temática durante a graduação em Enfermagem. Desenvolvimento:Trata-se de um estudo qualitativo, que utilizou entrevistas do banco de dados do macroprojeto nacional intitulado: “Estudo Brasileiro: Inquérito Nacional sobre o Perfil educacional e profissional de Enfermeiros (as) de saúde Integrativa e Práticas Tradicionais - ENFPICS” com aprovação do Comitê de Ética da UFRGS sob CAAE n°43306921.6.0000.5347. Resultados: Participaram 15 enfermeiros de oito dos dez estados da região nordeste, que responderam um questionário com nove questões ligadas ao ensino desse tema na graduação. Foi de comum acordo entre as(os) Enfermeiras(os) que as PICS são ferramentas indispensáveis para a autonomia profissional e um tema importante para ser abordado durante a graduação. Boa parte concordou com a implementação de capacitações durante o curso, porém, ao serem questionadas(os) sobre a possibilidade de implementação de uma disciplina obrigatória, uma parcela se mostrou desfavorável e apontaram que tal modalidade diminui a tomada de decisão do estudante. Mesmo com esse posicionamento, citaram a importância de apresentar as PICS de maneira geral, como tópicos em disciplinas existentes. Já a outra parcela foi favorável e citaram práticas indispensáveis para capacitação, associadas com as habilidades pessoais de cada estudante que optasse por desenvolver, através da Auriculoterapia, Aromaterapia e Reiki. Alguns participantes também trouxeram exemplos de associação das PICS com as especialidades de Enfermagem na Atenção Primária como saúde da mulher, para alívio de queixas ginecológicas; obstetrícia durante as consultas de pré natal para o alívio de dores lombares e para alívio da dor no parto; em saúde do adulto e idoso com a fitoterapia para o controle da pressão arterial em hipertensos. Já a nível hospitalar trouxeram a importância do ensino das PICS para serem utilizadas em pacientes com diversas queixas e com doenças crônicas. Como observações finais, alguns dos entrevistados também citaram sobre a necessidade de investir não só no ensino das PICS mas também em pesquisas nesse tema na área da Enfermagem. Considerações finais: Embora houveram pequenas discordâncias, foi de comum acordo a necessidade de apresentar as PICS de forma mais ampla desde a graduação, para que a sensibilização aconteça antes mesmo do início da carreira profissional. As opiniões desses participantes que utilizam as PICS no próprio ambiente de atuação conferem informações condizentes com a prática clínica, para a ampliação do ensino em mais instituições ao redor do país e motivam maiores soluções para o fortalecimento da autonomia na área.