Apresentação: Desde 2013, o Rio Grande do Sul foi pioneiro na criação de uma Política Estadual para a implementação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), enquanto o Paraná(PR) e Santa Catarina(SC) aprovaram suas políticas de maneira mais tardia, em 2018 e 2019 respectivamente. O desempenho dessa especialidade pela Enfermagem foi normatizado através da resolução COFEN 739/24, que dispõe de competências, habilidades e carga horária mínima necessária para atuação. Porém, estudos apontam que as PICS já eram oferecidas por enfermeiras(os) no âmbito público e privado anterior à esses mesmos marcos. Portanto, esse estudo objetivou compreender dados sociodemográficos e os aspectos envoltos na formação em PICS. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo quantitativo, com dados do macroprojeto nacional intitulado:“Estudo Brasileiro: Inquérito Nacional sobre o Perfil educacional e profissional de Enfermeiros (as) de saúde Integrativa e Práticas Tradicionais - ENFPICS” Utilizou-se um questionário autoaplicável e virtual durante o período de junho/2021 a janeiro/2022. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva. Macroprojeto aprovado pelo Comitê de ética da UFRGS sob CAAE n° 43306921.6.0000.5347. Resultados: Participaram 534 enfermeiros dos três estados da Região Sul, destes 244 possuíam formação em PICS, sendo 210 mulheres e 14 homens, em maior parte brancos (88,8%) seguidos de pardos (9,4%) e pretos (0,4%). A maioria com 40h semanais (29,4%) de atividade laboral, servidores públicos 131 (58,5%), com salários em torno de 3-4 salários-mínimos (39,7%), seguido de 5-6 salários-mínimos (29,4%). Tais Enfermeiras(os) conheceram as PICS no decorrer da profissão (46,95%), através de colegas da mesma categoria (27,7%) ou não (22,3%); já 16,5% cursaram ao menos uma disciplina com a temática na graduação. Em relação à capacitação em PICS, 140 (62,5%) enfermeiras(os) julgaram adequado os conteúdos programáticos, 55 (24,6%) apontaram a necessidade de mais cursos para atualização e consolidação desse conhecimento. Também foi observado que a formação baseou-se em atividades ambulatoriais de supervisão, prática baseada em evidências, material científico e por vivências dos ministrantes dos cursos (n=154;68,8%; n=103;46%; n=102;45,3%; n=135;60,3%, respectivamente). Os enfermeiros consideraram ainda a importância das PICS na atuação profissional, 154 (68,8%) muito importante, bem como ferramenta para maior autonomia profissional (87,9%), enquanto 3 (1,3%) não relataram significativas modificações. Por fim, 207 (92,4%) observam as PICS como área de crescimento na Enfermagem. Considerações finais: As PICS têm sido cada vez mais aplicadas ao cuidado de Enfermagem como estratégias de produção de saúde acessíveis aos trabalhadores e seus assistidos. Embora a totalidade dos participantes não tenha estudado esse tema durante a formação acadêmica, esse saber foi buscado, através de percepção dos efeitos benéficos à saúde humana. O perfil obtido permite visualizar a união do saber essencial da enfermagem ao integrativo, que fortalece e motiva a inserção e reconhecimento dessas práticas, buscando maior número de profissionais adeptos, pessoas assistidas, bem como maior regulamentação profissional para consolidação da autonomia profissional.