Apresentação: O presente resumo apresenta resultados de Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) multiprofissional que teve por objetivo problematizar o trabalho da (o) assistente social em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) adulto e refletir sobre as particularidades do cuidado ao paciente crítico, a partir da realidade do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora HU/UFJF. Desenvolvimento do trabalho: O TCR foi desenvolvido tendo como metodologia a pesquisa qualitativa. Além de pesquisa bibliográfica com os descritores: Serviço Social, paciente crítico, UTI, foi realizada análise documental de 14 fichas de acompanhamento do Serviço Social, que correspondem a acompanhamentos entre dezembro de 2022 a maio de 2023. As fichas são instrumentos de registro profissional que documentam todo o processo de acompanhamento do/da assistente social - do primeiro atendimento até o momento da alta. Deste modo, os eixos de análise abordados partiram dos dados de caracterização do usuário, do motivo da internação; das demandas para o Serviço Social e seus desdobramentos, encaminhamentos realizados, relação com a família, com a equipe e com outras instituições de saúde e rede de serviços. Resultados: Dentre os achados da investigação, nota-se que, apesar da inserção consolidada do assistente social na saúde, ainda é constante a disputa pelo reconhecimento profissional, onde a maioria dos profissionais não corroboram da mesma concepção de saúde, o que gera bases diferentes para o desenvolvimento do trabalho na área. A caracterização do usuário que passou por acompanhamento no período pesquisado é composta por uma maioria de homens, em idade adulta, pretos ou pardos, solteiros e residentes no município de Juiz de Fora. No aspecto da renda, todos os usuários são dependentes de algum tipo de política pública. Nota-se que no trabalho em UTI, tem-se como desafios: a alta tecnologia e a centralidade da concepção biomédica, com regras e rotinas rígidas; e o gerenciamento de leitos, que impacta na construção do vínculo. O usuário em estado crítico, perde sua autonomia, sendo um dos desafios a intervenção e a tomada de decisões a partir dos familiares. Viu-se ainda um número significativo de acompanhamentos relacionados a pessoas em situação de rua e de internações com desfecho em óbito, sendo estes elementos relevantes para discussão e aprimoramento para os trabalhadores da saúde. Considerações finais: A partir dos achados do TCR, verifica-se que ainda é incipiente o trabalho de forma interdisciplinar na referida UTI, havendo afastamentos com o preconizado na Política Nacional de Atenção Hospitalar e vimos ainda a necessidade de avançar na humanização do atendimento aos sujeitos internados em UTI e seus familiares e rede de apoio.