Introdução: a violência obstétrica consiste num tipo de violência direcionado às mulheres gestantes e se manifesta através de desrespeito, abusos, maus tratos físicos, psicológicos ou verbais praticados por profissionais de saúde que prestam assistência durante a gestação, momento do parto ou puerpério. Objetivo: verificar o conhecimento de puérperas primíparas em relação à violência obstétrica e situações vivenciadas durante o trabalho de parto natural em uma maternidade de referência do interior do estado da Paraíba. Metodologia: trata-se de um estudo transversal, de abordagem qualitativa e de caráter analítico, realizado em uma maternidade de referência do interior do estado da Paraíba. Como critérios de inclusão, adotou-se: mulheres maiores de 18 anos e que estavam em menos de 24 horas de pós parto natural. Foram excluídas aquelas que não possuíam condições emocionais de participar do processo de coleta e as que não se encontravam na enfermaria devido ao surgimento de intercorrências pós-parto. A amostra final foi constituída por 27 mulheres puérperas. A coleta de dados ocorreu com uso de um questionário semiestruturado, sendo, todas as entrevistas, gravadas e, posteriormente, transcritas e analisadas, visando atingir o objetivo do estudo. Atendendo às considerações éticas da resolução 466/2012, com CAAE: 92451318.4.0000.5175 e parecer: 2.823.341.Resultados : nos discursos das participantes foram avaliados categorias que pudessem verificar o que diz respeito ao conhecimento dessas acerca de violência obstétrica, bem como, se passaram por alguma situação clara da temática abordada. Como resultado, a maioria das parturientes primíparas revelou não possuir conhecimento a respeito do conceito em si de violência obstétrica, entretanto conseguiram definir e reconhecer episódios de violência presentes na assistência no trabalho de parto como uma entrevistada que se sentiu violentada quando lhe foi negada a entrada de acompanhante. Considerações finais: Os dados apresentados sugerem conhecimento insuficiente das mulheres sobre a violência obstétrica, ressaltando a importância desse conteúdo ser mais debatido, difundido ou até mesmo incluído durante o acompanhamento pré-natal para que as mulheres possam ter conhecimento suficiente sobre o tema. E, quanto aos profissionais envolvidos, é necessário prestar a assistência qualificada e humanizada como dever, visto ser um momento repleto de emoções e ao mesmo tempo frágil que a mulher vivencia.