O objetivo do presente texto é apresentar as interfaces entre ensino, território e Promoção da saúde e suas dimensões de análise nas práticas de análise de territórios de saúde, no fechamento do ciclo de formação de graduandos de enfermagem, considerando o incremento do poder das comunidades no estabelecimento de prioridades, na tomada de decisão, na ressignificação dos espaços, definindo a implementação de estratégias para o alcance de melhor nível de saúde. A base do trabalho foi “Vila Residencial, um território Promotor de saúde: como transformar?”
No retorno as atividades presenciais, os estágios no território iniciaram-se no 2º semestre de 2022, envolvendo até o momento 266 graduandos de enfermagem. Partiu-se da premissa de que a dimensão ampliada da saúde é fundamental ao constructo teórico-prático da Promoção da saúde como orientador de mudanças no território nesse novo cenário pós-pandemia, ao mesmo tempo que indica o caminho da análise. No campo teórico, os temas de Território e urbanidade, ODS, DSS e DCS, participação social compuseram a base de referência assumindo maior expressão. No desenvolvimento das atividades, utilizou-se eixos norteadores de exploração: Territorialização; saúde e condições de vida; saneamento e mudanças climáticas; DSS e qualidade de vida; Religiosidade; participação social para mudanças. Método crítico-reflexivo de captura da realidade, utilizando variados modos de abordagens, estimulando a criatividade, a empatia, sensibilidade e observação da realidade.
Como resultados, destacamos: o protagonismo dos graduandos em ações combinadas, maior sensibilidade quanto a compreensão da realidade, o uso inteligente do aporte teórico, propostas mais factíveis e promotoras de autonomia; ampliação da capacidade para buscar soluções de forma participativa. Desenvolvimento de materiais instrucionais, de comunicação/informação, incremento das redes sociais da Associação de Moradores, elaboração de relatórios e planos de ação no apoio a construção de território Promotor de saúde.
Assim, consideramos que a ampliação do escopo de atuação da enfermagem no território, recupera princípios fundantes do SUS, como a equidade, Território como base, a participação social como sustentáculo de políticas públicas, aumentando a capacidade da comunidade em influir sobre as determinações da saúde. Além, claro, de estimular uma atuação mais integrada, sensível e libertaria de se fazer saúde.