APRESENTAÇÃO: A preocupação central com a segurança do paciente foi estabelecida em 1999, com a publicação do documento "Errar é Humano", marcando um ponto crucial na área da saúde. No Brasil, um avanço significativo ocorreu com a promulgação da Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, que instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Esse programa foi concebido com o propósito claro de elevar a qualidade do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. Por meio desta Portaria, pode-se caracterizar a Cultura de Segurança do Paciente em cinco características operacionalizadas, dentre elas, a cultura que encoraja e recompensa a notificação relacionada à segurança e a cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional. Os profissionais da saúde precisam compreender que a notificação de incidentes é uma ferramenta reativa para o gerenciamento de risco, sendo essencial em todos os serviços de Saúde, como também, a vigilância e monitoramento desses incidentes sejam praticadas. Objetivo: Relatar o desenvolvimento de um instrumento institucional para orientar os profissionais de saúde sobre a adequada notificação de incidentes em um hospital universitário. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A criação do instrumento ocorreu por meio de dois encontros de grupo de convergência realizados no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), situado em Natal/RN, durante o mês de dezembro de 2023. Os encontros envolveram discussões para a elaboração de um instrumento institucional, contando com a participação de 14 profissionais no primeiro encontro e 12 no segundo. No primeiro encontro, foram identificados os obstáculos à notificação de incidentes e discutidos os conceitos e siglas relacionados à Segurança do Paciente (SP) e Eventos Adversos (EA). No segundo encontro, foram delineados os conteúdos para o desenvolvimento do instrumento. Cada encontro teve a duração de aproximadamente 60 minutos e ocorreu no período da manhã. RESULTADOS: A atividade destacou as principais barreiras e estratégias para a notificação de incidentes na área da saúde. Um ponto central foi a falta de familiaridade com os termos da Segurança do Paciente, juntamente com a importância da notificação. Esses fatores contribuem significativamente para a subnotificação por parte dos profissionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebeu-se a necessidade de desenvolver uma ferramenta, do tipo protocolo, considerando que na instituição analisada e na rede EBSERH, não existia um instrumento específico para guiar os profissionais na notificação de incidentes. Esse avanço é fundamental para fomentar a cultura de segurança do paciente e oportuniza determinar metas para evitar ou mesmo prevenir a ocorrência e recorrência de falhas na assistência à saúde, desencadeando soluções e aprendizados continuamente.