A educação permanente para médicos na Atenção Primária à Saúde (APS) é tão essencial quanto desafiador. Neste processo, avaliar a aquisição do conhecimento pelos profissionais se torna uma etapa de extrema relevância para manutenção ou modificações das metodologias empregadas, sendo uma das ferramentas para tal o pré e pós-teste.
O Componente de Provimento e Fixação de Profissionais do Programa Qualifica-APS do ICEPi/SESA do Espírito Santo realiza educação permanente com médicos na APS, abordando as necessidades educacionais pertinentes para a qualificação do processo de trabalho. Dessa forma, buscou-se ferramentas para avaliação da aprendizagem destes médicos no intuito de manter ou reprogramar as dinâmicas e atividades educacionais utilizadas, dentre elas o pré e pós-teste.
Os instrumentos Pré e Pós-Teste são uma ferramenta didática, em formato de questionário, cuja intenção é fornecer um instrumento de autoverificação do desenvolvimento do aluno. Com o primeiro é possível observar o grau de conhecimento prévio que se tem sobre a temática, sendo realizado antes da primeira atividade do mês. Já o segundo permite avaliar o quanto as atividades de formação contribuíram para agregar conhecimento, realizado na última atividade do mês. Não possuem caráter avaliativo e são aplicados de forma anônima.
Assim, foram elaborados questionários sobre alguns temas formativos durante o Programa, tais como doença renal crônica (DRC), profilaxia pré e pós-exposição (PrEP e PEP) e violência na APS. Cada questionário foi aplicado no início de seu respectivo mês de abordagem antes das discussões e estudos (Pré-Teste); e os mesmos questionários foram reaplicados ao final de seu respectivo mês de abordagem após as discussões e estudos (Pós-Teste).
Como resultados, obteve-se que para o mês de DRC, 332 profissionais médicos atuantes no Programa responderam ao questionário de 13 questões, apresentando uma média de acerto de 75,1% no Pré-Teste, que mesmo sendo um valor considerado bom, apresentou melhora importante quando comparado ao Pós-Teste, representado por um acréscimo de 10,1% neste último, sendo a questão com o menor aumento de acerto entre o Pré e o Pós-Teste de 4,0% e o de maior aumento 31,1%. Sobre o segundo tema a média de ganho de aprendizagem foi de 9,4%, sendo a questão de maior aumento de 21,5% de acertos no Pós-Teste. Por fim, com relação ao tema de violência, 288 profissionais em formação responderam ao pré-teste, com uma média de acertos no Pós-Teste de 82,0% e aumento de 5,6% comparado ao Pré-Teste, sendo a questão com maior número de acertos de 23,3%.
Dessarte, verifica-se que nos três meses de aplicação da ferramenta houve melhoria da aprendizagem, com uma média de aumento de 8,3% do Pré para o Pós-Teste. As perguntas também possuem características de impacto no processo de trabalho, abordando critérios para diagnóstico, condutas corretas, motivos adequados de encaminhamento e solicitações de exames, que modificam e qualificam a capacidade dos médicos para aumento da resolutividade na APS e, consequentemente, fortalecimento do SUS. Portanto, ratifica-se que a busca constante por estratégias educacionais na área da saúde, além de ferramentas de avaliação para melhorias desses processos, torna-se imprescindível e jamais deve ser negligenciada.