Estudo de casos da prática odontológica no sistema prisional brasileiro
A prática da odontologia no sistema prisional brasileiro através do PNAISP (Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário) reflete a realidade da maioria da população carcerária brasileira em que o cuidado com a saúde bucal torna-se imprescindível e é muitas vezes negligenciado. O presente estudo tem como objetivo apontar a realidade de saúde bucal de um presídio no município de Jaraguá do Sul em Santa Catarina, para isso utilizamos a análise dos prontuários de saúde bucal em que são realizadas inicialmente uma entrevista inicial de triagem aos pacientes que chegam na unidade de saúde prisional, foram selecionados para o estudo uma pequena amostra de 60 prontuários e pacientes. Dessa forma, esse estudo apresenta essa triste realidade brasileira e tem como escopo demonstrar as pessoas e ao poder público as necessidades da população carcerária.
Resultados: A prática de uma odontologia humanizada é capaz de ajudar na reintegração social dos presos, devolvendo além da função, saúde bucal e autoestima para esses pacientes. Nesse estudo de casos, foram utilizadas análise dos prontuários de saúde bucal desses pacientes através da triagem inicial, do total de uma amostra de 60 prontuários. Sendo as informações coletadas no formulário de triagem inicial do DEAP/SC (Departamento Estadual de Polícia Penal de Santa Catarina). Destes, 3 pacientes relataram nunca terem ido ao dentista, 15 possuem próteses dentária, sendo 1 com provisório, 1 com PPR inferior (prótese parcial removível) , o restante próteses totais superiores e inferiores, 9 pacientes possuíam aparelho ortodônticos, 3 necessitavam de exodontias, 15 relatavam dor de dente , 2 apresentavam gengivite aguda,1 trismo , 3 necessitavam de tratamento endodôntico, 9 dizem não ter nenhuma queixa dentária conforme relatado na triagem inicial.
Conclusão: A saúde bucal no sistema carcerário brasileiro torna-se fundamental no processo de ressocialização social dos internos bem como as necessidades deles devem ser atendidas pelo cirurgião-dentista e pelo poder público. O estudo acima levanta esses desafios e propõe que através dessa amostra medidas devem ser tomadas para que haja uma completa promoção, integralidade e atenção ao cuidado da população carcerária brasileira.