Apresentação:
A Revista Traços é uma das 125 publicações de rua do mundo. Foi lançada no DF em 2015 e tem como principal objetivo promover a cultura local e a autonomia e reinserção social de pessoas em situação de rua ou em extrema vulnerabilidade. A Traços opera a construção e ampliação de autonomia da população em situação de rua, tendo o binômio trabalho e renda, como ferramenta de manejo. O objetivo deste instrumento é proporcionar uma avaliação de autonomia para subsidiar o trabalho realizado pela Revista Traços junto aos Porta-Vozes da Cultura (PVC).
Desenvolvimento do trabalho:
O instrumento foi construído a partir de um processo de reuniões e escuta dos porta-vozes da cultura, da equipe da Revista Traços e de diferentes autores ligados à Sociedade Civil e Políticas Públicas que atuam com populações em situação de vulnerabilidade. O instrumento hierarquiza seis domínios da autonomia do PVC que serão apresentados aqui em ordem decrescente (do mais “simples” de ser alcançado para o mais “difícil”).
Domínios do Instrumento de avaliação de autonomia:
6º. Busca e mantém formas de autocuidado
5º. Rotina de vendas.
4º. Acesso à moradia.
3 º. Dedicação e assiduidade no campo da educação.
2º. Condições de ir e vir aos locais indicados (trabalho ou outras indicações)
1º. Busca trabalho em outros pontos da rede (formal ou informal).
Resultados
Atualmente este instrumento de avaliação de autonomia está em fase de implementação junto à equipe. Foram realizadas 3 análises trimestrais com a Equipe Psicossocial da Revista e os resultados são que os domínios de busca e mantém formas de autocuidado (6º), rotina de vendas (5º) e acesso à moradia (4º), são os domínios que os porta-vozes da cultura mais conseguem acessar quando inseridos no processo de trabalho e renda promovido pela Revista Traços
Considerações finais
No trabalho com populações em extrema vulnerabilidade, o processo desenvolvido pela Equipe Psicossocial da Revista Traços tem se revelado uma estratégia interessante na parceria com os Centros de Atenção Psicossocial e com os Consultórios na Rua (DF e RJ). Neste contexto, a construção de uma ferramenta que se proponha a avaliar os gradientes de autonomia desta população, pode significar também uma ferramenta para equipes e serviços do SUS e do SUAS.