Considerando uma possibilidade de entrelaçamento entre formação continuada e educação permanente, este trabalho relata a experiência de diálogo sobre Comunicação Não-Violenta. Objetiva-se compartilhar uma experiência relacionada a espaços de diálogo sobre Comunicação Não-Violenta (CNV) no Grupo Hospitalar Conceição - GHC, instituição localizada na cidade de Porto Alegre-RS. Tal formação foi ofertada ao corpo de enfermagem do Hospital da Criança Conceição - HCC, tendo sido organizada em uma sequência de 2 encontros de 2 horas replicados em diferentes turnos pela Gestão do Trabalho. A iniciativa foi pensada como um dos dispositivos de uma série de intervenções para qualificação do serviço em saúde. A Comissão de Educação Permanente da UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição - HNSC tomando conhecimento da formação destinada a seus colegas, apresentou sua solicitação aos organizadores para que esta também fosse ofertada para este outro grupo. Neste diálogo, a oferta foi expandida objetivando o maior aprofundamento do tema. Assim foram realizados 3 encontros de 4 horas, os quais se destinaram a uma turma de 24 enfermeiros da Unidade de Tratamento Intensivo. Pensar a Comunicação Não-Violenta como possibilidade de intervenção em dinâmicas de trabalho não pode ser considerada uma prática inovadora, sobretudo o reconhecimento que tais dinâmicas também exigem espaço para debate acenam para novas perspectivas que se distanciam de uma prática biomédica e tecnicista, apontando para novos tempos, onde o cuidado é reconhecido e sustentado como resultado de uma dinâmica complexa de relações, usuário/trabalhador e trabalhador/trabalhador. E, por sua vez, este reconhecimento desvela novas possibilidades e necessidades de educação voltada a trabalhadores. A CNV pode ser descrita como um conjunto de habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas, assim também pensamos a CNV como uma das possibilidades de fortalecer uma das ideias difundidas na enfermagem, como a ideia de sustentar e reforçar o trabalho de gente cuidando de gente.