INTRODUÇÃO: vivenciar a violência na infância configura-se como um grave problema de saúde pública. A infância influencia o futuro do indivíduo. Importante destacar que a agressão contra menores é complexa e multifacetada, sofre grande influência de fatores psicossociais e culturais. É imprescindível enfatizar que a grande maioria dos casos repercute de forma significativa no processo de desenvolvimento. Crianças maltratadas, possuem maior probabilidade de desenvolver psicopatologias, ter danos ao crescimento e desenvolvimento. OBJETIVO: realizar uma revisão da literatura sobre os impactos da violência vivenciada durante a infância, no crescimento e desenvolvimento da criança e adolescente. METODOLOGIA: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada durante os meses de junho e dezembro de 2023. A busca foi conduzida a partir de artigos selecionados nas seguintes bases de dados: MEDLINE, LILACS, BDENF, Web of Science e Scopus. Foram utilizadas os descritores “violence”,"child abuse", "exposure to violence”,”child development”,”growth” e ”growth and development” combinados com os operadores booleanos "AND" e "OR". RESULTADOS: Foram selecionados 23 estudos, que foram publicados do ano 2002 a 2022, em sua maioria usaram como amostra a população geral de adolescente e escolares. Os estudos foram categorizados em quatro eixos temáticos: impactos na saúde mental, impactos no sono, impactos na saúde física e crescimento, e impactos no desenvolvimento e comportamento. Os impactos negativos gerados pelas experiências violentas, são tanto em âmbito físico quanto psíquico, afetando a saúde como um todo e a vida em sociedade. Como principais impactos foram identificados a depressão e ansiedade, prejuízos na capacidade cognitiva e motora, maior uso de substâncias ilícitas, e ainda alterações no crescimento, desenvolvimento e problemas de comportamento.CONCLUSÃO: a violência na infância afeta a saúde física e mental, além da vida em sociedade das vítimas ao longo dos anos. As vítimas precisam receber assistência integral e devem ser vinculadas a redes de proteção. É evidente a importância de um olhar atento e qualificado dos profissionais de saúde, para identificar precocemente a violência, assim como notificar, atuar em ações de prevenção e combate dessa realidade. Ao reconhecer os impactos causados pelos maus tratos aos infantes, é possível estabelecer ações voltadas para a proteção integral desse público. Além disso, possibilita a produção de evidências capazes de atuar em pró das políticas públicas e sociais, com intuito de erradicar e diminuir os danos deste triste desfecho. É importante destacar a escassez de dados estatísticos sobre o assunto, e, que isso dificulta na evidência da problemática do tema e nas ações de prevenção e rastreio.