Apresentação: O trabalho descreve e analisa o processo de Supervisão Clínico-Institucional para as equipes de Consultório na Rua, realizado pelo NuPop Fiocruz Brasília em parceria com Secretarias Estaduais e/ou Municipais de Saúde de todo o território nacional, executadas online e presencialmente. O processo é pautado na perspectiva de construção compartilhada de conhecimento sobre o processo de trabalho das eCR e concomitante produção de autonomia das equipes. O objetivo é problematizar e qualificar coletivamente (trabalhadores das diferentes equipes, pesquisadores e gestores) o processo de trabalho das eCR.
Desenvolvimento do trabalho: A metodologia de Supervisão Clínico-Institucional se organiza em: 1. construir uma análise da população atendida e do território de atuação (1ª reunião); 2. elencar e analisar as ofertas clínicas e organização do processo de trabalho da eCR, para lidar com as demandas analisadas na 1ª reunião; 3. construir uma agenda estratégica, com a definição de prioridades da eCR, para atuar frente as demandas existentes e as possibilidades e limites de seu processo de trabalho para enfrentá-las; 4. Propor critérios de monitoramento e avaliação (de processo e resultado), que possam orientar a eCR e a gestão quanto os efeitos do trabalho da eCR junto à População em situação de Rua (PSR) e junto à rede local.
Marco Zero: Reunião com a gestão da AB/APS e as eCR sobre “o que é e o que esperamos do Consultório na Rua?”.
Após o “Marco Zero” acontece o 1ª encontro, com as características da PSR local, com dados como:
Pontos de concentração da PSR;
Nº de usuários crônicos (hipertensos, diabéticos, etc) acompanhados;
Nº de usuários com a vacinação em dia;
Nº de gestantes acompanhadas pela eCR;
No 2º encontro são trabalhadas as características do processo de trabalho da eCR, com dados como:
Definição das atribuições gerais dos trabalhadores da eCR e das atividades específicas de cada categoria profissional;
Atendimentos na UBS por demanda programada e espontânea;
Atendimentos na rua por demanda espontânea e programada;
No 3º encontro as eCR propõem uma agenda estratégica, com dados como:
CH na UBS (em turnos);
Atendimento a demanda programada;
Atendimentos individuais;
Atendimentos em grupo;
CH na Rua (em turnos);
Atendimentos individuais
Atendimentos em grupo
Ações de Educação em Saúde
No 4º encontro são discutidos elementos para a construção do monitoramento e avaliação das ações da eCR, com dados como:
Quais as ações prioritárias para o início do trabalho da eCR?
O que é possível ser feito pela eCR em outros serviços da rede?
Os usuários que acessam à eCR estão satisfeitos?
Resultados: O processo de Supervisão Clínico-Institucional junto as eCR já qualificou equipes nas cinco regiões do país, incluindo cidades nos estados de RJ, GO, SC, AL, RO, PR, PE, RR, DF, PA. Foram envolvidos aproximadamente 30 eCR e mais de 200 profissionais.
Considerações finais: A metodologia de qualificação dos Consultórios na Rua, baseado metodologicamente na intervisão, ou seja, na troca entre pares, assim como na discussão e construção colaborativa de soluções e estratégias têm se mostrado uma ferramenta interessante nos processos formativos, conduzidos pelo NuPop Fiocruz Brasília.