A Vigilância em Saúde vem passando por mudanças em seus modos de fazer na perspectiva de ampliar a participação social. No entanto, essas mudanças ainda são limitadas no sentido de reconhecer , incluir e visibilizar práticas e saberes populares. Diante desse contexto, tem-se acompanhado um conjunto de experiências surgidas no contexto de movimentos e organizações populares e que têm sido nomeadas como Vigilância Popular em Saúde (VPS). Essa é uma produção conceitual recente embora existam experiencias que historicamente a inspiram e ancoram tais como a vigilância civil (Valla), monitoramento participativo (Breilh), entre outras. Estudos recentes apontam para um conjunto de atributos e princípios que evidenciam um perfil do que se pode considerar VPS. Entre esses pontuamos o protagonismo popular, a construção compartilhada do conhecimento, a produção de informações com base em tecnologias acessíveis, a comunicação popular, a desejável articulação com o SUS e academia e a produção de indicadores que ajudem a identificar e monitorar situações de ameaça ou de promoção da vida e da saúde de forma dialógica e participativa, construindo estratégias de superação e inéditos viáveis. A VPS tem como inspirações a Educação Popular, a Ecologia de Saberes, o Bem Viver, a Epidemiologia Crítica e a Pesquisa-Ação Participativa. Este estudo é fruto de uma pesquisa ação participativa e objetiva descrever o processo de elaboração do Guia Vigia Povo e problematizar a inclusão dos saberes de experiencia-feitos de linguagens da arte na sua construção. Este relato de pesquisa se referencia na educação popular e nos princípios da Investigação Ação Participativa (Fals Borda), Pesquisa Participante (Brandão) e Pesquisa Ação (Thiolent). A pesquisa foi iniciada ainda durante a pandemia e constituiu um espaço de inclusão, discussão e visibilização que envolveu 12 experiencias emblemáticas de VPS das 5 regiões do Brasil que se inscreveram inicialmente em um espaço virtual que foi cunhado como Participatório, a partir do qual se realizaram cursos, lives, grupos de discussão e elaboração de artigos de revisão sobre o tema. No percurso, aconteceram oficinas territoriais presenciais articuladas inicialmente pela e que atuaram ativamente na articulação comunitária, construção metodológica e facilitação. As oficinas territoriais tiveram como caminho metodológico, as referências da cartografia social para identificação dos sinais que ameaçam e protegem a vida nos territórios, os círculos de cultura para problematização da realidade e visibilização de possibilidades de produção de inéditos viáveis para superação das situações-limite destacadas e expressas em um plano de ação. Também se produzia em ato, sínteses sob a forma de conversas desenhadas e imagens e narrativas em vídeo com apoio de comunicadores populares. Como desdobramento das oficinas territoriais, foi proposta a produção de uma websérie tendo protagonistas das experiencias como narradores e um Guia que pudesse incluir as experiencias, seus aprendizados e conhecimentos, seus indicadores de denúncia e anúncio, mas também reflexões sobre o que pode-se considerar VPS, seus atributos e princípios inspiradores, ideias sobre formas participativas de trabalho já vivenciadas nos territórios. Entre as questões desafiadoras estavam inicialmente como pensar produtos que pudessem dar visibilidade às experiencias, reconhecendo-as como fontes de produção de conhecimento e de organização popular para o enfrentamento de situações -limite do cotidiano, promover diálogos com gestores e trabalhadores do SUS, de modo a ampliar a Vigilância em Saúde rompendo com modelos hierárquicos e punitivos e aproximar a academia desses saberes de experiencia feitos como nos ensinou Paulo Freire reconhecendo, incluindo e legitimando-os em seus modos e linguagens também como saber de ciência. O produto resultante desse percurso, incluiu mais de 100 autores acadêmicos, de movimentos e organizações populares e trabalhadores do SUS. A organização da produção teve como referência a educação popular e a ecologia de saberes e incorporou além da escrita coletiva, a produção de cordéis e conversas desenhadas que propiciaram o diálogo entre o saber popular e acadêmico e a inclusão de outras linguagens. A definição dos conteúdos, formato, foi pactuada em encontros virtuais com os protagonistas das experiencias. Estes se realizavam semanalmente durante o período de 01 ano e o Guia trouxe a sistematização das experiencias, produzidas por seus protagonistas, não apenas como mera descrição, mas identificando os atributos e princípios, os indicadores de denúncia e anúncio que produziram frente às situações limite e que revelaram iniquidades, colonialidades e inéditos viáveis que produziam na promoção do Bem Viver. A construção foi desafiadora no sentido de romper com a hierarquização dos saberes, com a ideia de Guias historicamente identificados com normas e condutas a serem seguidas, mas se constituiu um espaço de reduzir históricas desigualdades e invisibilizações na produção do conhecimento. O produto resultante desse percurso, incluiu mais de 100 autores acadêmicos, de movimentos e organizações populares e trabalhadores do SUS. A organização da produção teve como referência a educação popular e a ecologia de saberes e incorporou além da escrita coletiva, a produção de cordéis e conversas desenhadas que propiciaram o diálogo entre o saber popular e acadêmico e a inclusão de outras linguagens. A definição dos conteúdos, formato, foi pactuada em encontros virtuais com os protagonistas das experiencias que se realizavam semanalmente durante 01 ano e o Guia trouxe a descrição das experiencias, produzidas por seus protagonistas, não apenas como mera descrição , mas identificando os atributos e princípios, os indicadores de denúncia e anúncio que produziram frente às situações limite que revelavam iniquidades, colonialidades e os inéditos viáveis que produziam na promoção do Bem Viver. A construção foi desafiadora no sentido de romper com a hierarquização dos saberes, de romper com a ideia de Guias historicamente identificadas com normas e condutas a serem seguidas, mas se constituiu um espaço de reduzir históricas desigualdades e invisibilizações na produção do conhecimento. O produto resultante desse percurso, incluiu mais de 100 autores acadêmicos, de movimentos e organizações populares e trabalhadores do SUS. A organização da produção teve como referência a educação popular e a ecologia de saberes e incorporou além da escrita coletiva, a produção de cordéis e conversas desenhadas que propiciaram o diálogo entre o saber popular e acadêmico e a inclusão de outras linguagens. A definição dos conteúdos, formato, foi pactuada em encontros virtuais com os protagonistas das experiencias que se realizavam semanalmente durante 01 ano e o Guia trouxe a descrição das experiencias, produzidas por seus protagonistas, não apenas como mera descrição , mas identificando os atributos e princípios, os indicadores de denúncia e anúncio que produziram frente às situações limite que revelavam iniquidades, colonialidades e os inéditos viáveis que produziam na promoção do Bem Viver. A construção foi desafiadora no sentido de romper com a hierarquização dos saberes, de romper com a ideia de Guias historicamente identificadas com normas e condutas a serem seguidas, mas se constituiu um espaço de reduzir históricas desigualdades e invisibilizações na produção do conhecimento. Como perspectiva estão suas potencialidades de inclusão como ferramenta pedagógica, pelos movimentos populares e pelas iniciativas do SUS, em processos de formação alinhadas com a Política Nacional de Educação Popular em Saúde.