Efluentes hospitalares tem um grande potencial de propagação de inúmeros microrganismos patogênicos, além de apresentar grandes concentrações de contaminantes utilizados pelos serviços de saúde.
Considerando-se a problemática dos efluentes líquidos gerados pelos serviços de saúde, principalmente os hospitais. Os problemas associados aos líquidos residuais gerados em hospitais e centros de saúde tem sido motivo de preocupação e discursão devido a um grande potencial de propagação de enfermidades e aos riscos ambientais, devido à ausência de tratamento adequados dos mesmos. Estes problemas transcendem o campo técnico - sanitário e envolvem aspectos sociais, políticos e ambientais, e entre outros.
As composições das águas residuais procedentes de hospitais apresentam uma grande diversidade de substâncias químicas e materiais biológicos eliminados através das redes coletores. Observa-se que os microrganismos presentes são, em geral, multirresistentes, provavelmente em função adaptativa destes ao ambiente onde se encontram. Estes organismos podem se constituir em vetores de risco à saúde pública.
Em uma unidade hospitalar, estão incluídos nestes efluentes a água de lavagem de materiais contaminados, os dejetos de limpeza de superfícies e pisos misturados a soluções desinfetantes, a água da lavação de contêineres de resíduos, as águas das caldeiras, os resíduos de procedimentos do centro cirúrgico, dos ambulatórios, do laboratório de análises clínicas e anatomopatológico. Estes dois últimos, devido à grande quantidade de substâncias reagentes empregadas, apresentam quantidades consideráveis de fenóis, ácidos e produtos enzimáticos produzidos nas reações bioquímicas.
Alguns resíduos farmacêuticos, gerados nas unidades hospitalares contém substâncias biologicamente ativas. Estas podem provocar modificações no meio ambiente, mesmo quando presentes em concentrações mínimas. Antibióticos, por exemplo, podem induzir ao fenômeno de seleção de bactérias resistentes.
Alguns despejos podem conter derivados clorados, fenólicos e sintéticos, muitas vezes utilizados na lavagem e desinfecção de unidades hospitalares.
Uma considerável quantidade de substâncias genotóxicas (mutação genética) é liberada através de efluentes hospitalares, entre as quais estão: as drogas antineoplásticas, consideradas de risco para o homem e meio ambiente.
Os impactos que esses resíduos podem causar no meio ambiente, dependem basicamente da forma de como os mesmos são gerenciados. Efluentes líquidos contaminados de hospitais não tratados devidamente, lançados in natura no ambiente provocam diversas doenças.
Somente um efetivo monitoramento pode gerar informações úteis sobre a qualidade do efluente lançado, tornando-se foco principal de planejamento, estratégico e de gerenciamento dos recursos hídricos e mitigação de riscos à saúde pública.
DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA COM VIA PREDOMINANTEMENTE ORAL:
Agrupando as doenças de via predominantemente oral, segundo a importância de água como meio de transmissão, no primeiro grupo: - cólera; - Febre tifoide; - febres paratifoides - hepatite infecciosa - gastroenterites.
Estas últimas podem ser incluídas como doenças de veiculação hídrica, mas existem outros meios de difusão mais atuantes na maioria dos casos. Descrevem-se os possíveis problemas de saúde que podem ser ocasionados ou agravados com a ausência de tratamento de efluentes hospitalares, assim como se propõe uma metodologia alternativa para o tratamento dos efluentes hospitalares.
TRATAMENTO DE EFLUENTES: A remoção dos poluentes no tratamento de efluentes hospitalares, deve ser realizado de forma a adequar o lançamento a uma qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente está associada aos conceitos de nível de tratamento e eficiência de tratamento. Os níveis de tratamento podem ser classificados como:
Tratamento preliminar: consiste na remoção dos sólidos grosseiros em suspensão (materiais de maiores dimensões e areia). Predominam neste tipo de tratamento mecanismos físicos de remoção dos poluentes, e normalmente é efetuado com gradeamento;
Tratamento primário: caracterizado pela remoção de sólidos sedimentáveis em suspensão e parte da matéria orgânica (componente dos sólidos em suspensão sedimentáveis). Também predomina neste tratamento os mecanismos físicos de remoção de poluentes;
Tratamento secundário: consiste na remoção da matéria orgânica em suspensão fina, não removida no tratamento primário, da matéria orgânica na forma de sólidos dissolvidos e eventualmente nutrientes (nitrogênio e fósforo). Predominam no tratamento secundário os mecanismos biológicos de remoção de poluentes;
Tratamento terciário: caracterizado pela remoção de poluentes específicos (usualmente tóxicos ou compostos não biodegradáveis), ou ainda a remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário.
Em geral, para efluentes de hospitais, é necessário o tratamento terciário, pois este possui carga microbiana alta.
SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES ATRAVÉS DE LODO ATIVADO (ETE – referência um hospital municipal):
Os lodos ativados são flocos produzidos num esgoto bruto ou decantado pelo crescimento de bactérias ou outros organismos, na presença de oxigênio dissolvido e acumulado em concentrações suficientes graças ao retorno de outros flocos previamente formados. Esses lodos são formados, principalmente, por bactérias, algas, fungos e protozoários. As bactérias são os microrganismos de maior importância, uma vez que são responsáveis pela deterioração da matéria orgânica e pela formação de flocos.
O processo de lodo ativado consiste em estimular o desenvolvimento de uma cultura microbiológica na forma de flocos em um tanque de aeração. Ela é alimentada pelo efluente que se pretende tratar. Neste tanque, a aeração tem finalidade de proporcionar oxigênio aos microrganismos, evitar a deposição dos flocos bacterianos e os misturar de forma homogênea ao efluente. O oxigênio necessário ao crescimento biológico é introduzido a essa mistura por meio de um sistema de aeração mecânica (equipamentos de sopradores de ares). Em seguida, a mistura é enviada a um decantador, chamado decantador secundário, que separa o efluente tratado do lodo. O lodo é recirculado ao tanque de aeração, a fim de manter a concentração de microrganismos dentro de uma certa proporção em relação à carga orgânica afluente. O sobrenadante do decantador é o efluente tratado, pronto para ser descartado no corpo receptor (rede coletora publica), e o excesso de lodo, decorrente do crescimento biológico, é extraído do sistema por meio operacional, transportado e descartado ambientalmente correto (caminhão tanque). Fluxo do reator de Lodo ativado.
Estão incluídos nestes efluentes a água de lavagem de materiais contaminados, os dejetos de limpeza de superfícies e pisos misturados a soluções desinfetantes, a água da lavanderia, as águas das caldeiras, os resíduos de procedimentos do centro cirúrgico, dos ambulatórios, do laboratório de análises clínicas e anatomopatológico.
Estes dois últimos, devido a grande quantidade de substâncias reagentes empregadas, apresentam quantidades consideráveis de fenóis, ácidos e produtos enzimáticos produzidos nas reações bioquímicas. Alguns resíduos farmacêuticos gerados nas unidades hospitalares contem substâncias biologicamente ativas.
Estas podem provocar modificações no meio ambiente, mesmo quando presentes em concentrações mínimas.
Antibióticos, por exemplo, podem induzir ao fenômeno de seleção de bactérias resistentes. Alguns despejos podem conter derivados clorados, fenólicos e sintéticos, muitas vezes utilizados na lavagem e desinfecção das unidades hospitalares.
Uma considerável quantidade de substâncias genotóxicas é liberada através de efluentes hospitalares, entre as quais estão: as drogas antineoplásticas, consideradas de risco para o homem e meio ambiente. Os impactos que esses resíduos podem causar no meio ambiente, dependem basicamente da forma como os mesmos são gerenciados. Efluentes líquidos contaminados de hospitais não tratados devidamente, lançados in natura no ambiente provocam diversas doenças. Somente um efetivo monitoramento pode gerar informações úteis sobre a qualidade da água, tornando-se foco principal de planejamento estratégico e de gerenciamento dos recursos hídricos e mitigação de riscos à saúde pública.