Apresentação: Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura que investigou o uso de metodologias ativas na educação permanente dos enfermeiros que trabalham em Pronto-Socorro (PS), envolvendo cuidados traumato-ortopédicos. Utilizaram-se quatro bases de dados: Scopus, Cinahl (Ebsco), Pubmed Central (PMC) e Periódicos CAPES, com uso de conectivo “and” entre as palavras chaves “nursing trauma”, nursing education, education continuing or continuing education, “nursing trauma” e “adults or adult”, sem recorte temporal. O objetivo da presente revisão foi analisar as diferentes metodologias ativas utilizadas na educação permanente dos enfermeiros de pronto-socorro. Desenvolvimento do trabalho: Nas plataformas Scopus e Pubmed Central (PMC) foram utilizados os termos “nursing trauma” e “nursing education” unidos pelo conectivo booleano “and”. Na plataforma do Periódicos CAPES, o termo buscado foi “enfermagem em ortopedia e traumatologia”, enquanto na plataforma Cinahl (Ebsco) foram utilizadas as palavras-chaves “education continuing or continuing education”, “nursing trauma” e “adults or adult”, também unidos pelo conector booleano “and”. Consideraram-se como critérios de inclusão aqueles disponíveis de forma gratuita e integral, em língua portuguesa e inglesa. Foram excluídos os estudos repetidos, pagos, cartas ao editor, resumos publicados em anais e aqueles distantes do tema objetivado. Não houve exclusão de qualidade metodológica. Após a coleta de dados dos estudos primários em todas as plataformas já citadas, 52 publicações foram sistematizadas pela elegibilidade dos critérios estabelecidos, sendo 3 originados da plataforma Scopus, 14 do Periódicos CAPES e 35 no Cinahl Ebsco Database. Nenhuma do Pubmed Central (PMC) foi selecionado. Após mapeamento analítico das informações presentes nos títulos e resumos, três mostraram-se relevantes que foram incluídos na revisão, contextualizando a temática como resultados. Resultados: Metodologias ativas, que envolvem tecnologias em salas de aula, criam robustez no conteúdo dos professores e desafios didáticos aos estudantes oportunizando a eles criatividade, curiosidade e imaginação, apoiados em processos intencionais, sistemáticos e de recontextualização. A compreensão das salas de aula é ampliada como espaços de aprendizagem digitais. Isto se torna profícuo quando o conhecimento decorre de discussões sobre casos clínicos, estratégias e resoluções de problemas, estimulando a participação dos estudantes no desenvolvimento de habilidades clínicas, com tomada de decisões assertivas e resolutas. Um exemplo de metodologia ativa é a simulação in situ, uma técnica utilizada no ambiente de trabalho da equipe de saúde em cenários simulados. Esse treinamento permite avaliar a aderência da equipe aos protocolos institucionais e práticas assistenciais baseadas em evidências, além de prover discussão acerca das competências comportamentais e avaliar o desempenho técnico da equipe no atendimento ao paciente. Acresce-se ainda que esse treinamento avalia o uso de equipamentos e recursos humanos, sugerindo melhorias nos fluxos e processos quanto às ameaças que podem favorecer o erro decorrente da prática prestada. A prática simulada identifica e corrige “erros” em um ambiente controlado. Vale ressaltar que dentro das simulações há o debriefing, momento que oportuniza esclarecimentos, aos participantes, da atividade simulada, discutindo e analisando as observações experienciadas as ações desenvolvidas por meio de valores cognitivos, psicossociais e afetivos. A partir desse escopo, o primeiro artigo intitulado "A Key to Success: Building an Internal Trauma Education Program" trouxe a importância de implementar programas de treinamento de cuidados em traumas no estágio supervisionado da enfermagem no PS e, nos treinamentos dos enfermeiros que trabalharam nesse setor, após um ano de sua inserção no serviço. O programa consistia na aprendizagem de cuidados em trauma a partir de cenários de casos apresentado com dramatização, avaliação escrita e simulação, no período de 6 meses. Ressalta-se que os facilitadores eram líderes clínicos de trauma, ativamente envolvidos no PS. Uma sessão didática seguida de estações de habilidades era decorrida para cada simulação, contendo três sessões.Avaliação básica de trauma e habilidades de intervenção consistia na sessão 1: A compreensão de vias aéreas, o papel das enfermeiras forenses em trauma, cuidados pediátricos e documentação de fluxogramas de cuidados prestados, configurava-se na sessão 2: O manejo da reanimação do trauma, específico da unidade era sessão 3 e, por fim os cuidados com fraturas ortopédicas, avaliação e tratamento da síndrome compartimental, prevenção e tratamento da hipotermia, avaliação neurológica e documentação prática dos cuidados de enfermagem consistia na sessão 4. A segunda publicação "Nursing Trauma Simulation Course", abordava sobre um programa de simulação para enfermeiros de trauma que cuidavam do risco de lesões (provenientes de superfícies úmidas e instáveis) em pescadores e marinheiros que trabalhavam no Porto de New Bedford, em Massachussets, EUA. Assim, o trabalho se desenvolveu no setor de PS de um hospital comunitário de uma região costeira, construindo cenários simulados com base em ocorrências típicas da prática ocupacional. Alguns exemplos relatados dentro do artigo foram: esmagamentos, síndrome compartimental e fraturas ósseas. Como parte da simulação, os cenários projetados eram voltados para a avaliação e intervenção de enfermagem com foco nas lesões ortopédicas. O debriefing foi realizado após cada simulação, pontuando o que deveria ser melhorado, com discussões e análises em grupo. O terceiro artigo "Implementation and Evaluation of a Tean Simualtion Training Program" discorre sobre a importância do tratamento precoce ao atendimento de vítimas de trauma, sendo este a principal causa de mortes em indivíduos com menos de 40 anos de idade. Em um Centro de Trauma, as simulações objetivavam avaliar o trabalho em equipe de 7 enfermeiros, dentro de diferentes contextos de atendimento. Posteriormente, um novo sistema de trabalho foi apresentado e implementado, avaliando-se a recepção dos profissionais e o seu desempenho dentro dele. Considerações finais: Com base na análise das publicações encontradas, refletimos que os objetivos das simulações foram semelhantes, pois os três estudos evidenciaram os benefícios e qualidades da Educação Permanente (EP) como um instrumento valioso para qualificar a prática da Enfermagem. Esse ainda, permite o treinamento e desenvolvimento de técnicas e processos tanto para os profissionais experientes quanto para aqueles que estão iniciando sua carreira. Para além disso, observa-se que os três trouxeram a prática simulada como um fator de grande valia para os processos educacionais, favorecendo o desenvolvimento do trabalho em equipe, comunicação assertiva e treinamento em práticas seguras, sem oferecer risco aos pacientes. Como fator limitante, nota-se a escassez de produções científicas voltadas ao tema da Educação em Enfermagem em Ortopedia e Traumatologia, o que evidencia a necessidade de realização de novas pesquisas e estudos na área para qualificar profissionais na prática baseada em evidências.