INTRODUÇÃO: O cuidado é a ciência presente na atuação da enfermagem, na qual o profissional atua diretamente com as necessidades psicobiológicas do ser humano de acordo com suas características socioculturais, além de seu estado de saúde e doença. O ato de cuidar pode ser realizado em todos os níveis de complexidade da rede de saúde. A hospitalização é uma realidade epidemiológica, e a reinternação, por sua vez mais comum em questões crônicas, cardíacas e hematológicas, é um fator grave que demonstra a necessidade da construção de estratégias e protocolos para essa área (podendo ser uma instância de cuidados intermediários, situada entre a atenção básica e a hospitalar trazendo a recuperação e reabilitação), evitando reinternações e auxiliando na qualidade de vida do paciente. Os cuidados intermediários levariam índices menores de internação hospitalar para pacientes crônicos agudizados, o que traz ocupação de leitos e custos desnecessários. Se torna essencial compreender as Redes de Atenção à Saúde (RAS) e os três elementos fundamentais que as constituem: uma população, uma estrutura operacional e um modelo de atenção. Os Hospitais, nas RAS, devem cumprir, principalmente, a função de responder às condições agudas ou de agudização das doenças crônicas. Como estratégia de reorientação do modelo assistencial, a Estratégia Saúde da Família propõe mudanças na forma de organização dos serviços, visto que a atenção passa a ser o indivíduo, a família e seu ambiente social e mental. Logo, a transição do cuidado é observada em todos os setores de saúde, seja de nível primário, secundário ou terciário, e tem a finalidade de assegurar a continuidade do cuidado dos indivíduos em transferência entre diferentes serviços ou níveis de complexidade. Ao se tratar do acompanhamento pós alta hospitalar, se tem a atuação da unidade básica de saúde, responsável por realizar consultas de rotina e visitas domiciliares dos pacientes de seu território e assegurar que estejam seguindo as orientações de alta fornecidas pelos profissionais onde a internação havia sido feita, e reavaliar caso haja novas demandas e necessidades, evitando assim que o paciente venha a agudizar e necessite de uma nova internação. OBJETIVO: Avaliar a transição do cuidado de usuários adscritos à Unidade Básica de Saúde que tiveram alta hospitalar no município de Criciúma, Santa Catarina. MÉTODO: Estudo quantitativo do tipo corte transversal, este tipo de estudo mostra uma determinada realidade num determinado espaço de tempo. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Foram incluídos no estudo 15 pacientes. A média de idade é de 70 anos, sendo que todos os pacientes que responderam o questionário eram pessoas idosas. Quanto à escolaridade, 53.3% dos pacientes tinham o ensino médio incompleto ou completo, apenas um participante informou não ter o ensino fundamental completo. O sexo feminino esteve presente em 73.3% da amostra dos participantes, o cuidado era realizado pelo próprio paciente em 66.7% dos intrevistados. Um total de 86.7%, dos pacientes tiveram internação por motivos clínicos. Observou-se que as respostas positivas partiram dos usuários com maior e menor escolaridade. O maior escore foi no aspecto 1 - com uma pontuação de 70,5 - onde as questões abordaram a preparação para o autogerenciamento e autocuidado, assim como sua condição de saúde e seu processo de melhora. A menor média foi apresentada no Aspecto 4 - apresentando uma pontuação de 69,2 - , onde abordava o tema de plano de cuidado, sobre o recebimento de plano escrito e consultas e exames para as próximas semanas. CONCLUSÃO: Percebe-se uma boa transição do cuidado do hospital para a atenção primária. A alta hospitalar é um momento vulnerável para pacientes de todas as faixas etárias e escolaridade. A implementação de sistemas de monitoramento, como telemedicina e visitas domiciliares regulares, pode ajudar a identificar precocemente problemas e ajustar o plano de cuidados conforme necessário. A integração de serviços é essencial para garantir que o paciente receba cuidados holísticos e coordenados. A intersetorialidade permite embasamento e confiança na trajetória do paciente.