Apresentação: A formação do profissional da área da saúde perpassa para além de questões biológicas, envolvendo também questões sociais e educacionais que se fazem emergentes na contemporaneidade. Com isso, a escola se caracteriza como um ambiente potente para a execução de práticas e de metodologias ativas, na qual a partir do viés de grupos na Terapia Ocupacional cria-se um espaço propício para troca de experiências e para a construção de um olhar mais sensível, corroborando para uma formação mais humanizada e descentralizada. O objetivo deste resumo é apresentar um relato de experiência referente às práticas grupais realizadas na disciplina de Estudos do Fazer Humano III, no curso de graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Santa Maria. Desenvolvimento: As atividades práticas foram desenvolvidas semanalmente durante os meses de setembro a novembro de 2023, em uma escola pública da região oeste de Santa Maria, com a turma do 9º ano do ensino fundamental. Os alunos tinham idades entre 15 e 17 anos e os grupos contavam com uma média de 15 participantes com duração aproximada de uma hora. Inicialmente as atividades realizadas buscavam estimular a autopercepção dos adolescentes no reconhecimento de si mesmo, posteriormente foram realizadas atividades que buscavam instigar a reflexão para o território em que os jovens estão inseridos, dentre estes, o ambiente escolar. As atividades propostas eram planejadas a partir das demandas apresentadas pelos estudantes, de maneira a articular interesses dos jovens, além de auxiliar para o entendimento dos processos que atravessam e constituem suas realidades e potencialidades. Para tanto, foram utilizados recursos como mapas corporais, árvore das singularidades e debates sobre músicas, de maneira a aliar atividades mais dinâmicas à construção de novos saberes e promoção da interação entre os participantes. Resultados: Durante os encontros, os estudantes compartilhavam narrativas que demonstravam um repertório enfraquecido sobre seus direitos, sobre os espaços de circulação na cidade, de exercício da cidadania, possibilidades de continuidade da formação escolar e de acesso ao ensino superior e ao mercado de trabalho. Durante os encontros grupais os participantes demonstraram que as atividades auxiliaram no reconhecimento de possibilidades de futuro, para além dos muros da escola e do contexto vulnerável no qual estão inseridos, compreendendo seus direitos e meios para exercitar a cidadania. Diante disso, a prática no ambiente escolar e frente aos jovens aliou conceitos e metodologias aprendidas em aula diante a um dos espaços de atuação da Terapia Ocupacional, contribuindo para a ampliação do olhar acadêmico e profissional. Considerações finais: As práticas grupais se caracterizaram como uma importante ferramenta de compartilhamento e troca de experiências entre os estudantes da universidade e da escola, em que configurou-se como um espaço de escuta, acolhimento e descobertas. Os resultados sugerem o contexto escolar como um espaço fértil para o desenvolvimento de práticas grupais em Terapia Ocupacional e que apresenta demandas urgentes, contudo se reconhece que a escola ainda é um ambiente pouco explorado pela profissão.
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