Apresentação: O presente trabalho é um relato de experiência de uma equipe multidisciplinar de discentes de cursos de graduação da área das ciências biológicas e da saúde no âmbito do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (PET-Saúde) Gestão e Assistência. Esses estudantes atuaram na implementação de um protocolo gerenciado de Sepse numa Unidade de Pronto Atendimento no município de Barreiras-Bahia por meio de ações em Educação Permanente em Saúde, objetivando a sistematização das práticas de cuidado da sepse e as melhorias institucionais em relação ao atendimento dessa frequente e potencialmente fatal condição. Desenvolvimento: Nesse sentido, estudantes dos cursos de Ciências Biológicas, Farmácia, Medicina e Nutrição, auxiliaram nas quatro fases de implantação do Protocolo de Manejo da Sepse na UPA-Clarice Borges, observando e participando das rotinas da unidade em relação ao atendimento aos indivíduos com suspeita de sepse; explorando e mantendo a interlocução das potencialidades e competências de todas as áreas profissionais envolvidas na equipe; desenvolvendo oficinas multiprofissionais de diálogo sobre o tema e reconhecimento da sepse com os casos vivenciados na própria unidade. Resultados: Assim, com o desenvolvimento dessas ações, que objetivavam deslocar os profissionais da Unidade do espaço apenas de espectadores da implementação do protocolo para um local de consideração de seus conhecimentos e experiências, potencializando o que podia ser melhorado na realidade local, para além da ampliação coletiva dos conhecimentos a respeito do reconhecer e manejar a sepse, foi elaborada uma de ficha de triagem construída com o apoio da equipe, tendo em vista as necessidades locais para identificação precoce dos casos; elaboração de materiais informativos em formato de vídeo e material impresso, tanto para a equipe da unidade como para equipe do Programa Melhor em Casa do município, com orientações didáticas para os cuidadores de pacientes em domicílio em relação a medidas preventivas de infecções, o que surge como uma necessidade demonstrada pelos profissionais da UPA, visto a incidência de sepse nesse perfil de pessoas, sendo, inclusive, estabelecida uma oficina dialógica com ambas as equipes (UPA e Programa Melhor em Casa) para a troca de experiências em relação ao tema, além de lançamento da cartilha de cuidados para com paciente domiciliados. Considerações finais: Portanto, a participação de discentes em uma perspectiva interprofissional no processo de implementação do Protocolo de Sepse na UPA-Clarice Borges, foi fundamental para as ações de Educação Permanente em Saúde, permitindo que, para além da instituição do protocolo em moldes rígidos e de forma vertical, ocorresse a consideração de outros fatores que permitem o enfrentamento efetivo dos problemas locais e uma aplicação mais horizontalizada, colaborando-se com a gestão dos casos de sepse e ampliando os horizontes a partir do incentivo a problematização, autonomia e proatividade no processo de criação de soluções eficazes e localmente referenciadas.