Apresentação: Nos últimos anos houve um aumento gradual nos serviços de saúde e valorização das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), e tal acontecimento tem impactado os profissionais de saúde, em especial, os enfermeiros, com crescente busca por formação. Objetivo: Analisar o perfil educacional e profissional dos enfermeiros da área de PICS da Região Centro-Oeste do Brasil. Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa. Este estudo faz parte de um recorte da pesquisa “Estudo Brasileiro: Inquérito Nacional Sobre o Perfil Educacional e Profissional de Enfermeiros(as) de Saúde Integrativa e Práticas Tradicionais – ENFPICS”. Participaram da pesquisa 53 enfermeiros da região Centro-Oeste do Brasil. A coleta de dados do estudo foi realizada por meio de um site com um questionário virtual, apresentado no LimeSurvey da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), composto por 52 perguntas e um roteiro de entrevista com os dados referentes ao perfil profissional e de formação do enfermeiro. Para análise dos dados, foi utilizada a análise estatística descritiva e inferencial, por meio do teste exato de Fisher. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética da UFRGS sob CAAE n° 43306921.6.0000.5347. Resultados: O gênero feminino foi mais prevalente 84,9%. Com relação à idade, 73,6% eram adultos, 66% descreveram ser das religiões de prática cristã. Ainda, 58,5% dos participantes têm filhos, 52,8% declararam-se de cor branca, 39,6% parda (39,6%) e 3,8% amarela. Quanto ao estado civil, 47,2% dos participantes são casados. Com relação à renda mensal, 26,4% descreveram que recebem de 3 a 4 salários mínimos e 26,4% mais de 9 salários. A maior frequência de tempo de formação referia a "Mais de 240 meses" (34,0%), 56,6% referiram especialização ou residência como o maior nível de pós-graduação. 84,9% têm formação em PICS, destes, 44,4% conheceram as PICS no meio de sua trajetória profissional. 77,8% têm formação em auriculoterapia, seguidos de 48,9% em acupuntura, 44,4% em Reiki. 48,9% se capacitam de 1 a 3 vezes ao ano. O gasto anual com cursos que envolvem as práticas, 33,3% gastam de R$1.000,01 à R$3.000,00 e 24,4% mais de 3 mil. 67,9% realiza alguma atividade de PICS no seu local de trabalho; 28,3% atua na Atenção Básica, 17% em clínica/consultório privado e atendimento itinerante, e 3,8% em ambulatório em universidade pública. A busca pelas PICS foi maior e com significância estatística (p=0,012) pelos enfermeiros aposentados/pensionistas, assalariados sem carteira assinada e prestadores de serviços Considerações Finais: Foi possível analisar que os enfermeiros da região Centro-Oeste que trabalham com PICS são na maioria mulheres, servidoras públicas, com especialização e/ou residência, que utilizam estas práticas em sua rotina de trabalho, com atuação maior na atenção básica de saúde, por meio de atendimentos individuais e ações em grupos de saúde. Percebe-se com estes dados a importância de debater e divulgar as PICS na graduação, nos serviços de saúde, públicos e privados, e incentivar gestores de saúde dos serviços públicos federais, estaduais e municipais para que realizem concursos para contratar profissionais na área das PICS.