PERCEPÇÃO DE ENFERMEIROS DA REGIÃO CENTRO - OESTE DO BRASIL SOBRE OS DESAFIOS DA INSERÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

  • Author
  • Calíope Pilger
  • Co-authors
  • Déborah Rodrigues da Silva , Marcela Moreira da Silva , Quelen Tanize Alves da Silva , Daniela Dallegrave
  • Abstract
  •  

    Apresentação: As Práticas Integrativas e Complementares em saúde (PICS) são tecnologias que promovem a saúde, proporcionam uma visão ampla de cuidado e autocuidado e do processo saúde/doença, visando um atendimento integral aos usuários dos serviços. Objetivo: Analisar a percepção dos enfermeiros da região Centro-Oeste do Brasil sobre os desafios da inserção das PICS nos serviços de saúde. Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. Este estudo faz parte de um recorte da pesquisa intitulada “Estudo Brasileiro: Inquérito Nacional Sobre o Perfil Educacional e Profissional de Enfermeiros (as) de Saúde Integrativa e Práticas Tradicionais – ENFPICS”. Participaram da etapa quantitativa 53 enfermeiros da região Centro - Oeste do Brasil, dos quais 15 enfermeiros participaram da entrevista, a etapa qualitativa. A abordagem foi realizada de forma online por meio da plataforma mconf.ufrgs.br/webconf, sediada na UFRGS, com aplicação de um roteiro de entrevista contendo 8 (oito) questões. Para análise dos dados, foi utilizada a análise temática de Bardin. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, CAAE: 43306921.6.0000.5347. Resultados: Após análise dos dados obteve-se três categorias temáticas: “Ausência de remuneração e inserção formal nos serviços de saúde” considerando afirmações como: “(...) então eu posso dizer que eu acho que eu utilizo, infelizmente, a prática integrativa na minha rotina mesmo, acho que talvez nem 5%, porque ela não tá sistematizada na minha assistência dentro da rotina...”. (Acácia Mangium); “(...) eu estou fazendo auriculoterapia por garra, por que não me é oferecida, eu não disponho de tempo, como eu gostaria de dispor...”  (Cedro); Outra categoria: “Falta de abertura da gestão e de outras categorias profissionais para que as PICS possam ser ofertadas no serviços, confirmadas pelas falas: como ainda tem um olhar muito específico, que a acupuntura é uma função de médico né?, então acaba que a gente não tem essa abertura ainda pela secretaria de saúde”. (Acácia Mangium); “...já até tentei, trazer as Práticas, porque eu trabalho em uma unidade de terapia intensiva, mas já tentei trazer, mas a abertura não é tão grande”. (Barbatimão). E a última “Paradigma Biomédico e ausência de adesão da comunidade”, com as falas “97% da população procura a gente por questões de doença ainda, é aquilo que ainda me angustia né, as pessoas só procuram por doença”. (Acácia Mangium). Considerações Finais: Pode-se perceber que os enfermeiros compreendem que os desafios para inserção das PICS estão na prevalência do modelo biomédico, ausência de abertura da gestão e outras categorias profissionais e a falta de remuneração para quem realiza as práticas, devido a não formalização e reconhecimento nos serviços de saúde. Tendo em vista estas questões é relevante e necessário promover estudos, discussão e divulgação dessas práticas no âmbito das universidades, gestão e serviços de saúde e participação social com objetivo de uma maior adesão a essas ações que proporcionam a ampliação da percepção de saúde.

  • Keywords
  • Enfermagem; Práticas Integrativas e Complementares em Saúde; Serviços de Saúde.
  • Subject Area
  • EIXO 5 – Saúde, Cultura e Arte
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