O Sistema Único de Saúde brasileiro encontra-se em constante transformação, e diante de seus princípios da universalidade, equidade e integralidade faz-se necessário voltar a atenção a todos os distintos grupos que o utilizam, levando-se em consideração suas características e particularidades, para, assim, ofertar um atendimento mais qualificado a essas populações. Nesse sentido, a saúde da criança vem se apresentando como uma área prioritária para os serviços de saúde, sendo a criação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança um exemplo de intervenção, pois apresenta orientações, meios para coordenar as atividades e os recursos de saúde para este grupo específico. Buscou-se identificar na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança as Redes de Atenção no atendimento integral à criança. Foi realizada uma análise documental da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança, buscando-se identificar as Redes de Atenção no atendimento integral à criança, assim como a análise de seu conteúdo como um todo. A gestão da política é embasada a partir das Redes de Atenção à saúde, com ênfase para as Redes Temáticas: Rede Cegonha; Rede de Atenção às Urgências e Emergências; Rede de Atenção Psicossocial; Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas; e Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. A Rede Cegonha foca na promoção da atenção à saúde materno infantil, incluindo a gestação, o parto e o nascimento, contribuindo com a saúde nesse período. A Rede de Atenção às Urgências e Emergências tem por objetivo atender a criança em situação de urgência/emergência. As crianças em situação de vulnerabilidade, desabrigadas, as indígenas com desordens mentais e crianças que sofreram violências são assistidas pela Rede de Atenção Psicossocial. A Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas cuida das áreas relacionadas aos medicamentos e provê tratamentos, inclusive às crianças. Uma outra rede que vem ganhando bastante destaque é Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência, que visa a atenção integral à saúde de pessoas que possuem deficiência auditiva, física, visual, intelectual, ostomia e transtorno do espectro do autismo, em especial as crianças, diante do grande número de diagnósticos de crianças com essas condições. A proposta da política abrange diversos cenários e etapas da vida das crianças, evidenciando o suporte dos serviços de saúde para essas diversas condições. Entretanto, é necessário que os profissionais de saúde e a população, sobretudo os responsáveis pelas crianças, possuam conhecimento sobre essa política e as diversas Redes de Atenção, bem como sobre os objetivos de cada uma delas, a fim de garantir um cuidado integral e qualificado para as crianças. A articulação e o funcionamento adequado das Redes de Atenção e da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança são necessários para garantir à população pleno acesso aos serviços no Sistema Único de Saúde.