A Educação Permanente em Saúde constitui uma importante ferramenta para a consolidação do Sistema Único de Saúde. O entendimento de seu sentido por parte dos profissionais é importante para a efetiva implementação da Política. Objetivou-se analisar os sentidos atribuídos à Educação Permanente em Saúde para os profissionais de equipes da Atenção Primária à Saúde do município de Vitória, capital do Espírito Santo. Refere-se a uma pesquisa de abordagem qualitativa, realizada com 12 profissionais atuantes na Estratégia de Saúde da Família. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, no mês de julho até maio de 2021, as quais foram posteriormente transcritas e analisadas com auxílio do software MAXqda 12.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz (pareceres nº 2.464.885/2018 e 4.228.002/2020) e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) (processo nº 83170561/2018). Os participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise das entrevistas revelou uma variedade de interpretações sobre a Educação Permanente em Saúde pelos profissionais. Para a maioria, ela está associada à aprendizagem contínua integrada à prática profissional no serviço de saúde. Outra percepção mencionada foi a de compartilhamento de experiências com colegas, vinculando-a à construção do conhecimento baseado em vivências e no dia a dia do serviço. Alguns participantes entendem-na como sinônimo de cursos ou atualizações, associando-a mais à parte técnica do conhecimento e direcionada às categorias profissionais. Também foi observada uma falta de entendimento, clareza e compreensão sobre o conceito por parte de alguns participantes. Em relação às diferenças e semelhanças entre Educação Permanente em Saúde e Educação Continuada, uma minoria dos profissionais destacou uma distinção entre essas estratégias, considerando a Educação Permanente como uma prática mais próxima da técnica e até mesmo como o aprendizado técnico-teórico em si, enquanto a Educação Continuada seria vista como uma continuidade do que já é realizado no local de trabalho ou a aplicação do conhecimento teórico adquirido. No entanto, alguns profissionais não perceberam uma distinção clara entre as duas, e outros não souberam dizer se havia diferença. Os resultados do presente estudo permitem revelar os diversos sentidos de Educação Permanente em Saúde trazidos por profissionais da Atenção Primária à Saúde. Compreende-se que essas diferentes concepções do que é a Educação Permanente diz muito sobre a necessidade de melhor difundir as nuances da Educação Permanente em Saúde na Atenção Primária à Saúde, para que seus objetivos sejam compreendidos e a implementação de suas ações e política seja efetiva, contribuindo para a qualificação dos serviços no Sistema Único de Saúde.