Percepção de enfermeiros acerca da vulnerabilidade de mulheres às Infecções Sexualmente Transmissíveis

  • Author
  • Andréa Carvalho Araújo Moreira
  • Co-authors
  • Francisco Antônio de Sousa , Maria Adelane Monteiro da Silva , Ana Karina Bezerra Pinheiro , Eliany Nazaré de Oliveira , Larisse Kelly Silva Barros , Tâmila Yasmim Lima Ferreira , Maria Jailane Alves de Sousa
  • Abstract
  • Apresentação: Os enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (APS) desenvolvem papel fundamental na prevenção, controle e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).  Esses profissionais têm o potencial de fomentar a reflexão sobre a saúde sexual e reprodutiva, a fim de promover o empoderamento da população assistida. Entretanto, durante a assistência, os enfermeiros encontram desafios ao lidar com questões relacionadas à sexualidade, como as desigualdades nas relações de gênero, que potencializam as situações de vulnerabilidade vivenciadas por mulheres, predispondo-as às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Apresenta-se neste estudo um recorte de uma pesquisa mais abrangente que revela a vulnerabilidade de mulheres às IST na perspectiva das relações de gênero. Assim, esse estudo objetivou analisar a percepção dos enfermeiros da APS acerca da vulnerabilidade de mulheres às IST. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa-ação, embasada na proposta teórico-metodológica de de Thiollent, conduzida no período de abril a agosto de 2022, envolvendo oito enfermeiros da APS de um município da região norte do estado do Ceará. Os dados referentes a este estudo correspondem à 1ª etapa da pesquisa-ação (fase exploratória) e foram obtidos por meio de entrevistas semi estruturadas e analisadas a partir da Análise Temática Reflexiva. Projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), sob o parecer número 5.405.997/CAEE-56488722.8.0000.5053. Resultados: Os discursos evidenciaram o entendimento dos entrevistados sobre a vulnerabilidade das mulheres numa perspectiva relacionada aos comportamentos de risco destas. Apontaram-se comportamentos como: vida sexual ativa sem cuidados adequados e relações sexuais com múltiplos parceiros. Contudo, observou-se que consideram que a vulnerabilidade dessas mulheres sofre influência de fatores socioculturais e econômicos que estabelecem-se como obstáculos na percepção de risco à infecção por IST. Destacam-se  as temáticas: falta de conhecimento das mulheres sobre as IST e o uso de álcool e outras drogas, demonstrando a necessidade de adoção de uma abordagem com enfoque preventivo e promotor de saúde como estratégia essencial na redução dessas vulnerabilidades e suas repercussões. Assim, identificou-se que os enfermeiros ainda não conseguem perceber como a autonomia das mulheres para tomada de decisões sobre sua vida sexual e reprodutiva pode impactar nas situações de vulnerabilidade às IST. Considerações Finais: Considera-se que ainda constitui um desafio para os enfermeiros da APS a atuação voltada para os contextos de vulnerabilidades nos quais as mulheres estão inseridas, principalmente no que se refere a saúde sexual e reprodutiva e as IST. Logo, é fundamental que as ações para promoção da saúde das mulheres busquem o desenvolvimento da autonomia destas, no sentido de minimizar suas vulnerabilidades. Portanto, as abordagens educativas nas unidades de saúde precisam ir além de práticas de planejamento familiar e de oferta contínua de preservativos  para prevenção de IST.

  • Keywords
  • Saúde da mulher, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Vulnerabilidade em Saúde, Atenção Primária à Saúde
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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