O estudo apresentado faz parte de uma pesquisa em uma Universidade Pública que aborda as aprendizagens na educação a distância a partir de um curso de extensão de formação de tutores e supervisores que atuaram no Programa Saúde com Agente (PSA). O PSA teve como objetivo a oferta de cursos técnicos de Agente Comunitário de Saúde (ACS) e de Agente de Combate às Endemias (ACE), atendendo a uma demanda histórica de formação técnica profissional dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), destinado aos agentes de saúde em atividade profissional no contexto brasileiro. O programa foi executado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em colaboração com o Ministério da Saúde (MS) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). No Curso de Extensão participaram 4000 tutores e 400 supervisores para atuarem na parte a distância (EAD) dos estudantes dos cursos técnicos. O curso se deu em 16 turmas do AVA Moodle com 275 cursistas. Dois Assistentes de Extensão (AE) acompanharam cada turma no Moodle. A educação a distância possibilita a democratização do acesso ao conhecimento, nesse contexto o Assistente de Extensão (AE) desempenhou um papel crucial na promoção do engajamento dos tutores e supervisores e na garantia da qualidade do aprendizado, pois eles atuaram como mediadores do processo educacional dos extensionistas. Os AE desempenharam múltiplas funções, desde o suporte técnico para lidar com plataformas online até o incentivo à participação ativa dos extensionistas nos fóruns de discussão e nas atividades propostas. Os cursos de ACE e ACS foram ofertados na modalidade a Distância (EaD), compondo aulas teóricas a distância e atividades práticas presenciais desenvolvidas nos locais de trabalho dos agentes matriculados. Neste artigo pretende-se refletir sobre a práxis dos AEs no PSA, buscando evidenciar a sua contribuição para o desenvolvimento das ações, especialmente no Eixo Tutoria/Docência, destacando a participação e protagonismo do AE em ações de ensino, pesquisa e extensão mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação (TICs), desenvolvidas no âmbito do Projeto. Destacamos que a metodologia deste trabalho se baseia na práxis a partir da metodologia filosófica, resultando em duas linhas de discussão, sendo a primeira o protagonismo do AE nas ações de extensão e ensino e a formação continuada dos tutores e supervisores de tutoria. O referido curso traduz-se como uma ação de extensão no âmbito da UFRGS, sendo a extensão universitária reconhecida como um dos pilares fundamentais do ensino superior, ao lado do ensino e da pesquisa. E a segunda linha de discussão foi a construção de uma comunidade de aprendizagem com foco na pesquisa, neste sentido a atuação na tutoria do projeto e a oportunidade de realização do curso no decorrer da atuação profissional, culminou na formação de uma comunidade de aprendizagem virtual congregando os AE atuantes no projeto, entre outros/as pesquisadores/as vinculados ao Projeto Saúde com Agente, potencializando um caráter interdisciplinar e interinstitucional. Conclui-se que a atuação dos AEs contribui significativamente no processo de aprendizagem dos supervisores e tutores, e consequentemente na formação dos ACS e ACE.