Análise do uso da Shantala em lactentes menores de um ano: estudo quase-experimental - nota prévia

  • Author
  • Brenda Zambenedetti Chini
  • Co-authors
  • Priscila Orlandi Barth , Leonardo Bigolin Jantsch , Roberta Ribeiro Venturini , Gabriela Schons Theisen , Stefanie Rodrigues Betinelli
  • Abstract
  • APRESENTAÇÃO

    Sabe-se que a primeira infância é o período onde os estímulos e intervenções precoces possuem maior significância, levando em conta sua maleabilidade e instintos gerados pelo contato com o meio. Durante o processo de desenvolvimento infantil, a avaliação é essencial até os primeiros 1.000 dias de vida, ou seja, desde o início da concepção do indivíduo até os dois anos de idade da criança, pois é neste período que qualquer efeito trará impacto para vida  futura, ocasionando alterações metabólicas, imunológicas e fisiológicas na criança.

    Existem diversas escalas de avaliação do desenvolvimento infantil em âmbito internacional e nacional, a Ages and Stages Questionnaire 3 – ASQ-BR é estruturada na forma de questionário, dividido em subáreas, visando avaliar a criança por idade. Sua aplicação pode levar até 30 min e os domínios que a escala contempla são: Comunicação, Coordenação motora ampla, Coordenação motora fina, Resolução de problemas e Pessoal/Social.

    A Shantala é uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) incluídas no Sistema Único de Saúde (SUS) e apresenta entre seus benefícios a facilitação da capacidade do desenvolvimento motor e da percepção corporal pelo bebê, além da criação e fortalecimento de vínculo e da qualidade de vida deste. Ressalta-se que, se realizada continuamente e preferencialmente pela mãe, acarretará em diversos benefícios para o bebê. 

    A partir disso, o estudo tem como objetivos: verificar os efeitos da Shantala no desenvolvimento infantil de lactentes menores de um ano com a aplicação da Escala Ages and Stages Questionnaire- ASQ3-BR; analisar as associações entre os fatores sociodemográficos com o desenvolvimento infantil pela ASQ3-BR e identificar os fatores dificultadores e facilitadores na aplicação da Shantala pelos responsáveis.

    DESENVOLVIMENTO

    Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa do tipo quase-experimental. Chamado assim por não contar com o fator da randomização da amostra. O estudo será desenvolvido no município de Palmeira das Missões localizado no norte do estado do Rio Grande do Sul, com uma população de 33.216 habitantes. Especificamente na Unidade de Saúde Funhpam, a qual conta com duas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF IX e ESF X), as duas com equipes mínimas.

    Para o estudo quase experimental serão selecionados de forma intencional bebês menores de um ano de idade, que farão parte de um único grupo, que participará da intervenção da Shantala, sendo aplicada a ASQ-3-BR antes e após a intervenção. A Escala Ages and Stages Questionnaire 3 – ASQ-BR, é estruturada na forma de questionário, sendo o total 22,  divididos em subáreas, visando avaliar a criança por idade. Sua aplicação pode levar até 30 minutos e os domínios que a escala contempla são: Comunicação, Coordenação motora ampla, Coordenação motora fina, Resolução de problemas e Pessoal/Social, somando 5 blocos com 6 perguntas cada um, sobre aquele domínio específico.

    Para seleção dos participantes serão utilizados os seguintes critérios: Inclusão: lactentes menores de um ano sem comorbidades e/ou doenças neurológicas constatadas por profissional de saúde. Exclusão: lactentes prematuros extremos, lactentes que nasceram com alguma anomalia genética, lactentes que nasceram com alguma complicação pré, intraparto ou pós parto. Por se tratar de um estudo inovador, não havendo produções anteriores sobre a eficácia da Shantalla com essa população e a utilização da ASQ-3, a seleção da amostra se dará de forma intencional, sendo selecionados todos os bebês menores de um ano pertencentes à ESF IX e ESFX do município de Palmeira das Missões, que se enquadrarem nos critérios de inclusão e exclusão supracitados.

    A coleta dos dados se dará por meio da aplicação da escala de ASQ-3-BR em dois momentos de aplicação com um intervalo de 2 meses, sendo a primeira aplicação da escala no início do mês de julho de 2024 e a segunda em setembro de 2024. A pesquisadora responsável manterá contato com os aplicadores da prática via aplicativo Whatsapp, onde um grupo será criado logo no primeiro encontro com as mães ou responsável pela aplicação, para acompanhamento e auxílio direto, encaminhamento de folder explicativo e posts informativos e para resolução de dúvidas e estímulo da realização da prática.

    Além da escala será aplicado um formulário aos pais e/ou responsáveis para identificar os dados sociodemográficos e de saúde do lactente e da família. 

    O formulário conta com questões com alternativas e com respostas curtas e longas. As questões com alternativas incluem dados sobre a idade, o sexo da criança a qual será aplicada a Shantala e também questões direcionadas ao aplicador da prática no domicílio, com relação a escolaridade, ocupação, renda e descrição das características da moradia. Ao final do formulário contam questões direcionadas à aplicação da Shantala propriamente dita, frequência das aplicações, dificuldades e se o aplicador notou alguma diferença no crescimento e desenvolvimento da criança, essas serão questionadas apenas no segundo momento de aplicação da ASQ3-BR.

    A análise dos dados se dará por meio do uso do Software SPSS versão 23.0. com o uso da média da ASQ3-BR, onde será analisado se existe alguma relação entre o sexo e a idade da criança com seu resultado individual após os meses de aplicação da Shantala. A análise com estatística descritiva simples será utilizada para as questões descritivas.

    RESULTADOS

    Este estudo irá relacionar a aplicação contínua da Shantala no mantimento ou melhora do desenvolvimento infantil fazendo uma correlação com os fatores sociodemográficos da família e, ainda, relacionando os resultados com o sexo e idade da criança, além de avaliar a adesão e frequencia das aplicações da prática. Visando subsidiar teorias metodológicas para a ampliação e fortalecimento da Shantala e por consequência, das Práticas Integrativas e Complementares (PIC), o estudo pode ser considerado clínico introdutório, por abordar duas temáticas não tão exploradas em conjunto. 

    Espera-se com a realização deste projeto contribuir para uma atuação humanizada, ética e comprometida com o cuidado aos menores de um ano com o uso da Shantalla. Por meio de evidências científicas, comprovar a eficácia da Shantalla na melhora e/ou manutenção do desenvolvimento infantil adequado, bem como, identificar fatores que facilitem o uso dessa PICS no ambiente do SUS.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

     

    A partir da identificação e análise do perfil sociodemográfico e das condições de saúde espera-se fortalecer a implementação das Práticas Integrativas e Complementares à Saúde no município de Palmeira das Missões, com ênfase na promoção da saúde, prevenção de agravos e recuperação da saúde, promovendo um cuidado integral, humanizado.

  • Keywords
  • Terapias Complementares, Lactente, Estudo quase-experimental, Shantala
  • Subject Area
  • EIXO 5 – Saúde, Cultura e Arte
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